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    Pressão do Palmeiras e de promotoria levam a veto a corintianos no domingo

    BERNARDO ITRI
    DO PAINEL FC
    ALEX SABINO
    DIEGO IWATA LIMA
    MARCEL RIZZO
    DE SÃO PAULO

    06/02/2015 02h00

    Pela primeira vez na história, um clássico entre grandes times do Estado de São Paulo será realizado com presença de torcida única.

    A Federação Paulista de Futebol (FPF) acatou recomendação do Ministério Público Estadual para que o clássico de domingo (dia 8) entre Palmeiras e Corinthians no novo estádio da equipe alviverde tenha apenas torcedores do time mandante.

    Na recomendação que deu origem à decisão inédita, os promotores citaram a chance de haver brigas.

    Segundo o Ministério Público, monitoramento feito em redes sociais mostrou que confrontos entre torcedores já estavam sendo marcados nos últimos dias.

    Robson Ventura - 14.abr.13/Folhapress
    Torcedores do Palmeiras exibem camisas do time durante uma partida
    Torcedores do Palmeiras exibem camisas do time durante uma partida

    A proibição foi estendida também às partidas entre os dois times realizadas no Itaquerão, estádio corintiano inaugurado no início de 2014.

    Ainda não há jogo marcado para 2015 com o Corinthians como mandante –em julho de 2014, os corintianos venceram em casa o Palmeiras por 2 a 0, pelo Brasileiro, com a permissão da entrada de torcedores visitantes.

    Inicialmente, a FPF era contra a opção por torcida única, mas além da recomendação dos promotores, houve pressão do Palmeiras.

    A reportagem apurou que a principal motivação para o clube mandante pedir o veto à entrada dos corintianos foi financeira.

    A Polícia Militar tinha exigido que setores ao lado e acima de onde ficariam os corintianos fossem interditados, o que levaria o Palmeiras a reduzir expressivamente o número de ingressos à venda.

    "Somos a favor da torcida única por causa da violência, por economia, para que se gaste menos com os policiais nesses jogos [com efetivos menores] e devido aos ingressos que não poderíamos vender", disse o presidente palmeirense Paulo Nobre.

    A decisão foi tomada por Marco Polo del Nero, presidente da FPF e também presidente eleito da CBF.

    Ele passou a quinta-feira (5) na sede da entidade nacional, no Rio, e tratou do caso com seu vice e sucessor, Reinaldo Carneiro Bastos, por telefone.

    Na nota divulgada pela FPF, Del Nero pediu a inclusão do trecho "embora entenda que tal medida refoge [fica fora do âmbito] ao conceito ideal que a entidade tem sobre o futebol", para mostrar certa insatisfação.

    Ricardo Nogueira - 12.mai.2013/Folhapress
    Torcedores do Corinthians no Pacaembu
    Torcedores do Corinthians no Pacaembu

    AMEAÇA

    O Corinthians discorda dos argumentos do Ministério Público. "Se for por isso [chance de briga], vai ter ameaça todo jogo", criticou Ronaldo Ximenes, diretor de futebol do Corinthians.

    A PM havia informado à FPF que poderia fazer a segurança da partida com os corintianos presentes e já tinha elaborado dois planos de segurança, um com torcida única e outro com os visitantes.

    A polícia havia até desenhado o trajeto que seria realizado pelas torcidas organizadas do Corinthians até a arena palmeirense.

    "Para a PM, é indiferente. Estávamos prontos para trabalhar no jogo com os torcedores do Corinthians", disse o capitão Marçal Razuk, responsável pelo policiamento em jogos na capital paulista.

    O planejamento previa 180 homens dentro do estádio caso os corintianos fossem recebidos, número que diminuirá com o veto.

    "É lamentável. Eles decidiram colocar todo mundo no mesmo saco. Se tem torcedor violento, a polícia tem de prender. Se eu fosse presidente do Corinthians, o time não entrava em campo domingo", disse Wagner da Costa, o Wagner B.O., presidente da Gaviões da Fiel, principal organizada do Corinthians.

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