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    Gobbi diz que Palmeiras quis jogo com torcida única para aumentar receita

    DE SÃO PAULO

    06/02/2015 19h50

    Ernesto Rodrigues/Folhapress
    Presidente do Corinthians, Mário Gobbi, durante entrevista coletiva
    Presidente do Corinthians, Mário Gobbi, durante entrevista coletiva

    O presidente do Corinthians, Mário Gobbi, fez duras críticas ao presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, e ao promotor Paulo Castilho, do Ministério Público Estadual, em entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (6).

    Um dia antes da eleição para a presidência do clube, Gobbi declarou que a decisão da FPF (Federação Paulista) de realizar o jogo com torcida única partiu de uma articulação iniciada pelo Palmeiras. De acordo com o mandatário do clube alvinegro, o objetivo seria aumentar a receita do clássico, mas com o prejuízo às relações entre as duas agremiações.

    "Tudo o que lutamos para acalmar Corinthians e São Paulo, Paulo Nobre, você está levando para Corinthians e Palmeiras. Porque o problema entre Corinthians e São Paulo foi por causa do ingresso", afirmou Gobbi. "Você vai causar uma revolta muito grande e isso é um perigo à sociedade. Você pode não ter a violência dentro do estádio, mas não sei como será nos arredores".

    "Em sua argumentação, ele deixou escapar que o estádio dele [Palmeiras] não foi feito para receber torcida visitante, e que ao colocar no estádio torcida visitante, ele perde 12 mil cadeiras e que esse é um prejuízo que ele não pode arcar", relatou o presidente do Corinthians.

    "Disse a ele que o barato poderia sair muito caro", destacou Gobbi.

    MINISTÉRIO PÚBLICO

    Na entrevista, o presidente do Corinthians ressaltou que a recomendação do promotor Paulo Castilho –de fazer o jogo sem a presença de torcida visitante– não tem poder de determinação, nem prevê a aplicação de qualquer punição caso não seja seguida.

    "Você acata uma recomendação se você quer. O pior da recomendação, de tudo o que está lá dos juristas que a assinam, os sábios, é que a determinação fala em sanção. Que se desobedecer, vai responder por crime de desobediência. Os escritores da recomendação deveriam voltar para o Largo São Francisco e estudar direito penal de novo", ironizou.

    Gobbi mostrou revolta com a decisão da FPF de realizar apenas o clássico de domingo (8) com torcida única, sem considerar os futuros confrontos entre os principais clubes do Estado.

    "Vocês estão fazendo uma coisa discriminatória para um jogo só. Vocês sequer tiveram cuidado de estender ao jogo de volta. Que isso ia gerar uma revolta muito grande na torcida do Corinthians e ele poderia estar criando algo maior do que já tem e instigar algo que está sereno em se comparando com outros clubes", protestou.

    O presidente corintiano destacou que a solução mais justa seria a FPF usar os mesmos critérios para todos os clássicos.

    "Tinha de baixar uma norma dizendo que essa regra vale para todo Campeonato Paulista. Mas ele não fez isso porque não quer problema com o SP, com o Santos, com o MP, com a Justiça... Não quer problema com o Palmeiras e as 12 mil cadeiras", disse.

    O CASO

    A confusão sobre a presença ou não de torcedores do Corinthians no clássico começou na quinta-feira, quando a FPF atendeu o pedido do Ministério Público, que recomendou, por medidas de segurança, que apenas a torcida palmeirense compareça a partida.

    Logo depois, o Corinthians emitiu um comunicado e afirmou que o clube não entraria em campo caso a FPF não mudasse sua decisão.

    "Caso persista a discriminatória e casuísta decisão de não se vender ingressos para os torcedores corinthianos para a partida do próximo domingo, o Sport Club Corinthians Paulista, envergonhado com a forma com que o futebol foi tratado neste episódio, vem a público informar que não entrará em campo", disse nota assinada pelo presidente corintiano, Mario Gobbi.

    Antes, o Corinthians havia entrado com uma ação ordinária na Justiça solicitando a antecipação de tutela contra o Governo do Estado de São Paulo. O processo tem a intenção de garantir que seus torcedores possam ir ao estádio.

    No processo, o time do Parque São Jorge diz que "não pode aceitar uma determinação travestida de recomendação, ilegal, discriminatória e casuísta (...) se o Poder Público não consegue conter e combater os torcedores violentos -estes sim os que deveriam ser afastados dos estádios. Não é se determinando a realização de partidas com torcida única que o problema será resolvido".

    Já o promotor Paulo Castilho afirmou que a torcida do Corinthians ameaçou não deixar o clube sair do CT Joaquim Grava para enfrentar o Palmeiras, no domingo (8), às 17h, no novo estádio palmeirense, pela terceira rodada do Campeonato Paulista.

    Entretanto, após a manifestação do presidente do Corinthians, a FPF recuou da decisão e garantiu que a torcida corintiana terá ingressos para o confronto contra o Palmeiras, marcado para domingo no novo estádio palmeirense.

    O número de ingressos que os corintianos terão direito ainda não está definido. A carga inicial prevista era de 1.800 entradas.

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