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    Paulista tem desequilíbrio enorme a favor dos quatro grandes

    ALEX SABINO
    DIEGO IWATA LIMA
    DE SÃO PAULO

    03/03/2015 07h00

    Em 2014, o Ituano, clube de Itu, distante cerca de 100 quilômetros da capital, surpreendeu e conquistou o Campeonato Paulista.

    Mas, neste ano, até agora, o torneio, que chegou à metade de sua primeira fase, mostra grande desequilíbrio nos duelos entre os clubes grandes e os considerados pequenos do Estado.

    Houve 22 confrontos de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos contra os pequenos (todos os demais participantes, exceto a Portuguesa) em 2015.

    Os quatro grandes obtiveram 86,4% de aproveitamento, com 18 vitórias, três empates e só uma derrota –do Palmeiras para a Ponte Preta, por 1 a 0, na capital, pela segunda rodada. Nos confrontos, os grandes marcaram 50 gols e sofreram dez.

    Gestor do Ituano, o ex-jogador Juninho Paulista entende que parte do sucesso dos quatro maiores vencedores do Paulista é "culpa" do próprio clube de Itu.

    "Antigamente, os grandes entravam na primeira fase relaxados. Mas, depois do que ocorreu em 2014, com os bons desempenhos do Ituano, do Botafogo e do Penapolense, eles se dedicaram mais", diz.
    Mas isto não é tudo.

    A mudança do calendário, que permitiu um período maior de pré-temporada, também influenciou a disparidade, que já era grande em termos orçamentários. Nas edições anteriores do Paulista, as equipes que disputavam a Série A do Brasileiro tinham menos tempo de preparação para o Estadual, o que foi alterado em 2015.

    "O calendário diminuiu a vantagem em relação à parte física, mas não há como se reclamar disso, já que a mudança beneficia o futebol como um todo", diz Juninho.

    Careca, ex-jogador do São Paulo, revelado pelo Guarani, concorda com Juninho.

    "É, agora, como os grandes mais bem preparados, piorou para os pequenos", avalia.

    LONGE DO FIM

    Tanto Careca quanto Juninho, no entanto, não entendem que tais números tão favoráveis aos grandes signifiquem que a competição tenha se tornado desinteressante ou dispensável.

    "Se o desequilíbrio permanecer, algo terá de mudar. Mas acabar com o campeonato não é boa opção", acredita Juninho.

    "Terminar com os estaduais é decretar o fim de vários clubes tradicionais que não disputam nenhuma séries do Brasileiro", diz.

    Careca é ainda mais enfático que Juninho.

    "O Paulista não pode acabar de jeito nenhum. Talvez seja o caso de a Federação Paulista alterar o regulamento, com os grandes jogando só a segunda fase, ou pensar numa forma mais equilibrada de distribuir as cotas de TV, para fortalecer os pequenos", sugere o ex-jogador.

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