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    Queremos tentar dominar ainda mais, diz Hamilton sobre Mundial de 2015

    DA LAUREUS.COM

    04/03/2015 02h00

    O piloto inglês Lewis Hamilton conquistou seu segundo campeonato mundial de F-1 em 2014, com 11 vitórias, entre as quais seis nos últimos sete grandes prêmios da temporada.

    Com 33 vitórias, ele se tornou o mais bem sucedido dos pilotos britânicos de F-1, superando Nigel Mansell.

    Hamilton é um dos indicados para o Prêmio Laureus de Esportista do Ano, e conquistou a premiação como revelação do ano em 2008. O prêmio é considerado o Oscar do esporte.

    Em entrevista, o piloto fala do título em 2014, do seu futuro na F-1, da superação do recorde de 31 vitórias de Nigel Mansell e da temporada deste ano, que começa no próximo dia 15, em Melbourne, na Austrália.

    *

    Laureus - O que você pensa agora ao recordar 2014?
    Acho que 2014 foi definitivamente um dos melhores anos de minha carreira, se não o melhor, e a equipe realmente evoluiu e fez um trabalho maravilhoso com o carro. Tivemos alguns altos e baixos. Não foi um ano fácil, de modo algum, foi um verdadeiro desafio para nós, mesmo com a vitória. Ainda que liderássemos a competição pela maior parte do tempo, bem adiante dos demais, para nós ainda era um desafio interno tentar melhorar ainda mais. Mas queremos nos sair melhor este ano, queremos tentar dominar ainda mais.

    Você conquistou seis vitórias nas sete últimas corridas. Já tinha passado por uma sequência parecida?
    Sim, tinha. Nada tão especial, porque afinal isso é Fórmula 1, mas acho que na Fórmula Renault ou na Fórmula 3 houve um ano em que tive 17 vitórias em 20 corridas, algo assim, o que significa que já tinha passado por experiência parecida. Mas em termos de um desempenho tão bom no pináculo do esporte, não, isso nunca tinha me acontecido. No passado, vencer um segundo Grande Prêmio, depois de uma vitória, sempre foi um grande desafio em minha carreira de Fórmula 1. No ano passado, venci dois, três, quatro, cinco e seis, e aconteceu muito rápido. Só continuamos a fazer o trabalho que tínhamos a fazer da melhor maneira possível.

    Você chegou aos 30 anos. Você é o tipo de pessoa que olha para o futuro e pensa em uma meta de títulos mundiais a conquistar ou leva a vida e o esporte um dia atrás do outro?
    É claro que penso no futuro e tento imaginar como será minha vida, mas para ser honesto em geral vivo minha vida dia após dia, porque acredito de verdade que você nunca sabe quando o fim pode chegar. É claro que você sempre tem a esperança de ver um novo dia, mas na vida ninguém sabe de verdade quando chegará a hora de partir, e fui muito afortunado e construí uma carreira excelente, tenho uma ótima família, boas pessoas ao meu redor, e por isso tento aproveitar. Tento curtir o que tenho e utilizar tudo isso, porque existem tantos jovens, tantas pessoas no mundo, que amariam poder fazer o que faço.

    Quer dizer que você não um plano de largar as corridas aos 35 anos, por exemplo. Vai continuar correndo até perder a vontade?
    Não. Acho que se eu tiver a sorte de concluir minha carreira na Fórmula 1... eu acabo de completar 30 anos, acho que posso pilotar por mais sete ou oito anos. Estou certo de que poderia continuar por mais tempo, mas só há 22 postos na Fórmula 1, este ano apenas 18, e por isso você precisa imaginar como serão as coisas para os jovens que estão surgindo. Não planejo ficar mantendo meu posto só porque posso, especialmente se eu não for mais tão competitivo quando envelhecer. Nesse caso, eu largaria a carreira.

    Superar o recorde de 31 vitórias de Nigel Mansell em grandes prêmios teve significado especial para você?
    Não é algo em que eu pense muito. Quando venço uma corrida, não penso "ei, são 30 e tantas vitórias", seja lá qual for o número. Não estou contando. Vencer uma prova sempre parece a primeira vez. A sensação é diferente a cada vez, mas é sempre divertido quando você se encontra com um piloto lendário, como Mansell, e ele lhe deseja sorte na próxima corrida, que pode ser a vitória de que você precisa para ultrapassá-lo. É muito bacana. Mas eu não me preocupo muito com estatísticas; quando penso no assunto, é uma situação muito irreal; me lembro de estar em casa assistindo a todos os títulos de Michael [Schumacher] e pensando que "espero que, se continuar melhorando nisso, um dia eu possa correr com aqueles caras", e hoje posso pensar "agora estou aqui". Minha carreira na Fórmula 1 é ótima, tenho de me beliscar todos os dias para ter certeza de que não é um sonho.

    E quanto a 2015? Você vai conseguir um novo título mundial? Como se sente agora que a temporada vai começar?
    A esta altura do ano, me sinto bem relaxado. Estou sempre pronto para pilotar. Sou piloto a vida inteira, bem, pelo menos desde os oito anos, ou seja, dois terços de minha vida. Minha sensação para este ano é boa. O plano é pilotar tão bem quanto no ano passado, mas quero me sair ainda melhor. Espero que o pacote que vamos ter seja bom, e que tenhamos boas corridas, mas em resumo estou simplesmente grato por estar voltando a correr.

    Quem você acha serão seus principais rivais este ano? Obviamente Nico Rosberg, dirigindo o mesmo carro?
    Bem, isso vai ser um chute, mas o mesmo chute que dou a cada ano. As equipes principais serão as mesmas, como sempre. É uma evolução. Os carros serão evolução dos modelos do ano passado, e portanto os rivais serão os mesmos do ano passado. Red Bull, Williams e, bem, esperamos que este ano seja melhor para equipes como McLaren e Ferrari, para termos mais adversários com chances.

    Você não quer dominar completamente, prefere se divertir um pouco?
    Gosto de correr, cara, gosto mesmo. Gosto muito de correr. Especialmente com o desafio de outras equipes, porque há sempre os pontos fortes e fracos dos outros pilotos, dos outros carros. Adoro isso. É isso que uma corrida deve ser, disputar com todo mundo. Mas o jeito da Fórmula 1, a forma pela qual as regras e temporadas se desenrolam, a cada ano a melhor equipe tende a ficar com tudo e sair no topo. Mas eu acho que quanto mais gente na disputa, melhor. Tivemos um ano em que as sete primeiras corridas foram vencidas cada uma por um piloto e equipe diferente. É isso que as pessoas querem ver, mas o mais importante é que, se os carros forem mais próximos, teremos corridas de verdade, com ultrapassagens, disputas de posição. É isso que amo fazer.

    Você conquistou o prêmio Laureus de revelação esportiva do ano em 2008. Qual é a sensação de ser indicado para o Laureus de esportista do ano em 2015? Michael Schumacher ganhou o prêmio duas vezes, Roger Federer, Tiger Woods.
    Nunca conquistei o grande prêmio Laureus, e obviamente estou ciente dos grandes que o fizeram. Assim, para mim seria um tremendo privilégio estar entre eles. Sei o quanto o Prêmio Laureus é prestigioso, e me sinto muito, muito grato e orgulhoso de estar entre os grandes atletas indicados. O automobilismo é minha vida, e estar no topo da profissão sempre foi meu desafio, a vida inteira. É ótimo ter prêmios como esse, que reconhecem a excelência e a dedicação de muitas pessoas diferentes. Estou orgulhoso por estar entre elas.

    Na sua categoria, você estará concorrendo com nomes como Rory McIlroy, Novak Djokovic, Cristiano Ronaldo; é um elenco forte.
    Sim, é. São os melhores, cada um em sua área. Rory vem fazendo um trabalho excelente. Ronaldo, meu Deus, como ele joga. Djokovic, cara, ele ganhou tudo. Foi muito bacana assisti-lo subir e conquistar tudo que conquistou. São todos esportes diferentes, com abordagens diferentes, e diferentes forças e fraquezas. Para mim, com certeza, é um sonho poder estar entre eles, a esta altura da minha vida.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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