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    É horrível saber que a Olimpíada será em água suja, diz brasileira da vela

    MARCEL MERGUIZO
    DE SÃO PAULO

    04/03/2015 14h56

    Daniel Marenco/Folhapress
    As velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze treinam para o evento-teste no Rio em agosto de 2014
    As velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze treinam para o evento-teste no Rio em agosto de 2014

    Campeãs mundiais e eleitas as melhores velejadoras do planeta em 2014, Kahena Kunze e
    Martine Grael continuam indignadas com a poluição na baía de Guanabara, local onde treinam e no qual são favoritas à medalha nos Jogos do Rio na classe 49erFX.

    Para piorar a situação da sede das disputas de vela na Olimpíada de 2016, a pouco mais de um ano da abertura dos Jogos, o governo do Rio decidiu suspender a estratégia de limpeza do espalho d'água da baía.

    "Acredito que as autoridades tiveram bastante tempo para buscar as soluções necessárias para a despoluição da baía, ou pelo menos a maior parte. A verdade é que até agora não fizeram muita coisa, apenas medidas paliativas como o uso de ecoboats e ecobarreiras nos rios que desaguam na baía", disse Kahena.

    A Secretaria Estadual do Ambiente suspendeu há 20 dias o serviço dos ecobarcos, que "varriam" o mar, e vai rever o projeto das ecobarreiras, que represavam os detritos nos rios. Além do replanejamento, fornecedores dizem que o governo atrasou o pagamento do serviço.

    Em agosto deste ano, ocorre o segundo evento-teste olímpico no local.

    "É horrível saber que os melhores velejadores do mundo estarão no Rio, em uma Olimpíada, e terão que entrar nessa água suja para competir. A tristeza é maior ao saber que depois dos Jogos tudo continuará do mesmo jeito. Vão esquecer o problema", completou a velejadora.

    Procurada pela Folha, a Secretaria Estadual do Ambiente disse que a pasta não comentaria as declarações.

    Na semana passada, a visita do COI (Comitê Olímpico Internacional) ao Rio foi marcada pelo anúncio do governo de que não cumpriria a meta de tratar 80% do esgoto despejado na baía.

    "É claro que não é fácil despoluir a baía de Guanabara. É necessário um trabalho a longo prazo na área social, em educação, além da melhora da infraestrutura das cidades ao redor da baía. Isso praticamente não foi feito nesses últimos anos. Principalmente depois de 2009 [ano da escolha do Rio como sede], o foco deveria ser total nisso, mas não foi o que vimos. Essa preocupação tardia com a atual situação é um retrato do despreparo das autoridades", afirmou Martine Grael.

    Editoria de arte/Folhapress
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