Neymar já conseguiu marcas impressionantes pela seleção. Com só 23 anos, o jogador do Barcelona fez 42 gols, ganhou a faixa de capitão e é o artilheiro da era Dunga.

Apesar da boa fase do atacante, o técnico da seleção quer em 2015 acabar com a dependência do time a Neymar. Ele "convocou" nesta quinta (5) o veterano Jairzinho para seguir os jogadores nos dois amistosos na Europa neste mês, contra a França, dia 26, em Paris, e diante do Chile, dia 29, em Londres.

Artilheiro da Copa de 70, com sete gols, o "Furacão do Tri" será uma espécie de conselheiro para os jogadores. Willian, Oscar e Philippe Coutinho receberão atenção especial do ídolo do Botafogo.

Os três são destaques nos seus clubes, mas ainda não tiveram uma sequência em alto nível na seleção.

Dunga quer usar Jairzinho como exemplo de jogador que procurou o protagonismo na seleção de Pelé, craque incontestável no México-70.

O último Mundial revelou a dificuldade de o time apresentar outro protagonista além de Neymar. Depois que ele se machucou, o time sofreu derrotas humilhantes para Alemanha e Holanda.

"O Jairzinho não se intimidou. Na Copa, ele não esperava o Pelé resolver. Tinha a consciência de que merecia estar ali e fez a sua história", disse o treinador.

"Não se pode esperar que um só resolva tudo. Se o jogador está na seleção, é porque ele é bom. Fez algo diferente. Tem que ter atitude, tomar decisões", acrescentou.

O convite foi feito a Jairzinho na terça (3). Dunga e Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções, se reuniram com o ex-jogador para definir o trabalho na Europa.

Jairzinho dará uma palestra ao grupo em Paris, além de poder conversar reservadamente com os convocados. Ele também vai exibir um vídeo com as atuações da seleção na Copa de 70 e mostrar as soluções táticas encontradas pelo time na época.

"Alguns ainda não decolaram até agora. Temos que admitir isso. Vou lá para dar confiança e mostrar que são grandes jogadores. Um time não pode viver apenas do Neymar", disse Jairzinho, 70, que disputou três Copas (66, 70 e 74) e foi ídolo na França.

"Os jogadores atuais têm que buscar o que aconteceu no México. Fomos muito competitivos coletivamente e fizemos também a diferença com o talento", completou.

Morador do Leme, no Rio, o ex-atacante disse que gosta do futebol de Philippe Coutinho e foi franco ao comentar sobre o grupo atual.

"Não tem ninguém com as caraterísticas do meu futebol. E nem com as do Tostão, Rivelino ou Pelé. Mas o time tem muito potencial", afirmou Jairzinho.

	Editoria de Arte/Folhapress