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    Apelido de Feijão nasceu do prato abundante do tenista adolescente

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE DO ENVIADO A BUENOS AIRES

    09/03/2015 02h00

    João Olavo Soares de Souza começou a praticar tênis aos 9 anos. Tinha visto o pai, Milton, e a irmã, Maria Clara, jogarem e pediu uma chance. Acabou atendido. Pegou uma raquete e começou a se aventurar em clube de Mogi das Cruzes (SP), onde nasceu.

    Alto desde garoto, tinha um biótipo que engrenava no tênis. Ainda não tinha ganhado o apelido que consagrou. Virou o Feijão depois que, em um torneio juvenil, o irmão de um amigo se espantou com o volume de um prato que fizera. A alcunha pegou.

    Editoria de arte/Folhapress

    Aquela refeição não era despropositada. João Olavo era fanático por feijão, sobretudo pelo feito pela avó.

    João Olavo passou a ser conhecido por todos como João Souza, o Feijão –ele gosta do apelido. No meio tempo, tentou diferentes frentes para emplacar no mundo do tênis.

    Mudou-se, primeiro, para São Paulo. Dormiu em academia para economizar tempo e dinheiro, passou aperto, mas sobreviveu. Há dez anos, mora no Rio, onde é treinado por Ricardo Acioly, ex-técnico de Fernando Meligeni e ex-capitão brasileiro na Davis.

    Acioly, o Pardal, não o segue durante circuito o ano todo, por ter de orientar outros tenistas. Então, vez ou outra, Feijão viaja com o técnico argentino Andrés Schneiter.

    Hoje consolidado no top 100 do ranking mundial da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), Feijão ainda busca seu primeiro título.

    Chegou perto recentemente, ao parar nas semifinais do Aberto do Brasil, em São Paulo. Tem subido na classificação internacional.

    Nesta segunda-feira (9), subiu três posições e foi confirmado na 72ª colocação. O embalo é positivo.

    Depois de assumir a posição de melhor tenista do país, praticamente já garantiu presença nos dois próximos Grand Slams, em Roland Garros (maio/junho) e Wimbledon (junho/julho), que considera fundamentais para subir mais e chegar ao top 50.

    Neste domingo, João Feijão Souza, ficou um pouco mais conhecido nos lares brasileiros. Jogou com garra, coração e só perdeu após quase sete horas de embate para o argentino Leonardo Mayer.

    "Este jogo vai ficar marcado, com certeza, a vida continua. Mas quero ver o Brasil ganhar o confronto", disse, em referência ao quinto jogo da série, entre Thomaz Bellucci e Federico Delbonis, que será concluído na segunda.

    Ao longo dos últimos dias em Buenos Aires, ele foi prestigiado pela mãe, Maria Ângela, e pelo pai, Milton, justamente quem o "bancou" no tênis. "Estou acreditando cada vez mais em mim e essa hora vai chegar, é bastante trabalho e empenho", afirmou o tenista à Folha, antes do confronto.

    Fã de Guga Kuerten, ele quer ocupar um destaque no tênis nacional. Nada mal para um garoto que começou como que por acaso em Mogi das Cruzes há 17 anos.

    "O meu objetivo é ganhar qualquer torneio que entrar, seja um challenger ou um ATP, mas tenista não só vive de vitórias", disse.

    Ao sair da quadra neste domingo, ele provou que mesmo na derrota é possível vencer.

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