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    Técnicos sonham com Brasileiro mais enxuto e com menos times rebaixados

    MARCEL RIZZO
    DE SÃO PAULO

    12/03/2015 12h00

    Se a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) perguntar aos treinadores dos times da Série A a opinião de cada um deles sobre a preferência entre pontos corridos ou mata-mata como fórmula de disputa do Brasileiro ouvirá muito mais do que voto a favor disso ou aquilo.

    Os técnicos, que segundo levantamento feito pela Folha preferem, na maioria, os pontos corridos como sistema de disputa, também têm sugestões para ajustes deste regulamento -que define o campeão após todos os times jogarem uns contra os outros, em 38 rodadas, com aquele que somar mais pontos levantando a taça de campeão.

    "Poderia ser mais enxuto, o que tornaria o campeonato mais atrativo porque todos os times brigariam por algo, seja título, vaga na Libertadores ou contra o rebaixamento", disse Marcelo Oliveira, técnico que levou o Cruzeiro ao título nas duas últimas temporadas.

    Hoje, são 20 times disputando a competição, com quatro rebaixados e outros quatro classificados para a Copa Libertadores. Proposta apresentada pelo presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr, faria com que o campeão voltasse a ser decidido em jogos eliminatórios.

    A ideia é que os quatro melhores após 38 rodadas se classificassem para uma fase semifinal, com confrontos entre primeiro e quarto e segundo e terceiro, em dois jogos, para definir os finalistas, que também decidiriam o detentor da taça em duas partidas.

    De 19 treinadores da Série A ouvidos pela Folha, 14 preferem deixar como está, dois disseram não ter preferência, outros dois não quiseram opinar, um prefere o mata-mata e o corintiano Tite não comentou.

    "Acho a fórmula dos pontos corridos a ideal, mas daria mais espaço entre as partidas, para recuperação dos jogadores. É difícil jogar numa quarta em Porto Alegre e no domingo no Nordeste", disse Cristóvão Borges, técnico do Fluminense.

    Ele acha que o ideal seria diminuir as datas dos Estaduais, para aumentar o período do Brasileiro, Essa proposta tem rejeição dos presidentes das federações estaduais, que são os principais eleitores para a presidência da CBF –eleito no ano passado, Marco Polo Del Nero, atual vice da CBF e presidente da Federação Paulista de Futebol, assumirá a entidade nacional dia 16 de abril.

    Técnico do único time nordestino que disputará a primeira divisão em 2015, Eduardo Baptista, do Sport, acha que a CBF precisa convencer a Conmebol a aumentar o número de participantes na Libertadores e dar ao menos mais uma vaga.

    "Deixaria o Brasileiro mais aberto no meio da tabela mais uma vaga [na Libertadores]. E acho que a Copa Sul-Americana precisa ser mais valorizada, com aumento de premiação, para que os clubes tenham vontade de brigar por uma classificação a ela. Há um abismo de diferença entre a Libertadores e a Copa Sul-Americana", disse Baptista.

    Há também pitacos sobre a parte debaixo da tabela. Para o técnico flamenguista Vanderlei Luxemburgo, quatro rebaixados de 20 times que disputam a competição é muito.

    "O ideal seriam dois rebaixados", disse o treinador, por meio de seu assessor pessoal.

    Robson Ventura - 30.nov.2014/Folhapress
    Argel Fucks durante jogo entre São Paulo x Figueirense, pelo Campeonato Brasileiro-2014
    Argel Fucks durante jogo entre São Paulo x Figueirense, pelo Campeonato Brasileiro-2014

    MATA-MATA TURBINADO

    Dos 20 treinadores da Série A, somente um cravou que prefere a volta do mata-mata: Argel Fucks, ex-zagueiro de Inter, Santos, Palmeiras e Cruzeiro, hoje treinador do Figueirense.

    E ele não vota por uma mudança como a proposta pelo Grêmio. Argel quer o mata-mata do passado.

    "Com oito times se classificando, o primeiro enfrenta o oitavo, o segundo o sétimo. Esse sistema prepara muito mais nossos jogadores, que ficam prontos para decisões. E é muito mais emocionante", disse Argel.

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