• Esporte

    Saturday, 18-May-2024 23:38:31 -03

    Brasileiro de 19 anos bate australiano e vence 1ª etapa do Mundial de surfe

    MARCEL MERGUIZO
    DE SÃO PAULO

    13/03/2015 05h44

    Ainda no mar, Filipe Toledo deu o primeiro abraço em Gabriel Medina após o surfista de Maresias conquistar o título mundial em dezembro passado, no Havaí. Era como se, naquele momento, o amigo de Ubatuba recebesse as vibrações de campeão.

    Três meses depois, nesta sexta (13), Medina, 21, já não estava mais na disputa quando Filipinho, 19, como ele é conhecido, surfou a onda que lhe valeu uma nota 10 e, consequentemente, o título da etapa da Gold Coast, na Austrália, a primeira das 11 da Liga Mundial (WSL).

    Filho do bicampeão brasileiro de surfe (1991 e 1995), Ricardo Toledo, Filipinho é o caçula entre os 34 atletas da elite mundial, mas já chama a atenção pelas manobras arrojadas, como os aéreos.

    Ousadia esta já característica da turma apelidada de "Brazilian Storm" (em português, Tempestade Brasileira), referência aos jovens que chegaram ao circuito mundial passando por cima de lendas do esporte, resultado de um trabalho mais profissional desde a adolescência deles.

    "Esse ano será alucinante para a gente. Vamos lutar para o título mundial ficar na mão de um brasileiro", disse Filipinho ao UOL, empresa do Grupo Folha.

    Hoje, são sete surfistas do Brasil na WSL. E na tradicional etapa de Gold Coast, três dos quatro semifinalistas eram brasileiros.

    Miguel Pupo, 23, e Adriano de Souza, o Mineirinho, 27, acabaram na terceira colocação, com 6.500 pontos no ranking e prêmio de US$ 20.000 (R$ 64.000).

    Já para Filipinho a vitória na final contra o australiano Julian Wilson, 26, rendeu a liderança do ranking com 10.000 pontos, além de US$ 100.000 (R$ 320.000).

    "O ano passado já foi fantástico e fiquei muito orgulhoso do Gabriel. A vitória dele serviu como uma grande motivação para mim", diz.

    Esse é o terceiro ano de Filipinho na elite e o primeiro troféu (ficou em 15º em 2013 e 17º em 2014).

    A próxima etapa tem início em 1º de abril, em Bells Beach, também na Austrália.

    COINCIDÊNCIAS

    Além de "vizinhos" no litoral norte paulista (Ubatuba fica a 108 km de Maresias), Medina e Filipinho carregam outros pontos em comum sobre as pranchas.

    Expoentes da "Brazilian Storm", eles já tiveram vitórias épicas contra o norte-americano Kelly Slater, 11 vezes campeão do mundo.

    Filipinho derrotou Slater, 45, em seu ano de estreia na elite, em 2013, nas quartas de final da etapa de Seignosse, na França.

    Já Medina bateu a lenda do surfe na final em Teahupoo, no Taiti, em 2014.

    Medina tem no padrasto Charles Saldanha seu mentor e técnico, e Filipinho é treinado pelo próprio pai.

    Ricardo Toledo conquistou o bicampeonato brasileiro em 1995, quando o filho do meio nasceu. Pai e filho, aliás, compartilham a mesma tatuagem no braço direito: o sobrenome familiar.

    Filipinho ainda tem tatuado nos dedos das mãos as letras que formam "wild free" (em português, selvagem e livre), sentimentos que devem estar ainda mais aflorados na pele do surfista de Ubatuba após o resultado desta sexta-feira nas ondas australianas.

    SILVANA LIMA

    No tira-teima com a australiana Stephanie Gilmore, hexacampeã mundial, pelas quartas de final, a brasileira Silvana Lima, 30, saiu derrotada. Ela perdeu por 16.00 contra 14.17.

    Antes do duelo pelas quartas de final, as duas tinham se enfrentado duas vezes em Gold Coast neste ano.

    A vencedora da etapa foi Carissa Moore, que somou 18.43, contra 15.50 de Stephanie Gilmore.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024