• Esporte

    Sunday, 19-May-2024 11:29:27 -03

    Mais jovem da história da F-1 não saiu da escola e sonha em terminar GP's

    TATIANA CUNHA
    ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE

    14/03/2015 02h00

    Max tinha pouco menos de dois anos quando teve seu primeiro contato com a F-1.

    Enquanto seu pai, Jos Verstappen, ganhava a vida como piloto da Arrows, ele gastava seu tempo correndo pelos paddocks ao redor do mundo.

    Não à toa, o menino resolveu seguir os passos do pai.

    E, na próxima madrugada, quando alinhar seu Toro Rosso no grid do Albert Park para o GP da Austrália, corrida que abre o Mundial de 2015 às 2h (de Brasília), Max entrará para a história como o mais jovem piloto a disputar uma prova da F-1 aos 17 anos.

    "Acho normal as pessoas questionarem se sou novo demais, mas eu particularmente não acho que sou. Mas temos que esperar para ver o que vou fazer na pista", declarou o holandês à Folha no escritório de sua equipe.

    De boné, macacão e sempre com o celular ao alcance, Verstappen não esconde a pouca idade. Ainda sem traquejo com a imprensa, suas respostas são curtas e ele se mostra pouco confortável no papel de entrevistado. Na pista, porém, a situação é outra.

    "Estou cada vez mais confortável no carro e com os procedimentos. Mas estou ansioso por disputar logo essa corrida", disse o piloto, que tem o automobilismo no sangue.

    Além de seu pai ter corrido na F-1, sua mãe, Sophie Kumpen, foi uma kartista de sucesso na Bélgica e sua irmã mais nova, Victoria-Jane, 15, também já anda de kart.

    "É até útil para mim minha mãe ter sido piloto também porque ela sabe como as coisas funcionam e não fica tão nervosa", disse, sorrindo.

    *

    Folha - Qual a sensação às vésperas de sua estreia na F-1?
    Max Verstappen - Estou mais calmo e relaxado do que antes porque estou bem confortável no carro e me sinto pronto. Claro que vai haver alguns momentos em que não vou estar preparado, pois são muitas coisas novas e vai ser minha primeira corrida. Mas acho que estou 90% pronto.

    Além de estar prestes a fazer história como o mais jovem piloto da F-1, você também tem um pai que é ex-piloto. Sente a pressão?
    Nunca senti pressionado. Eu sempre me esforço demais e mais que o seu melhor você não pode fazer. É o que penso.

    Como é ter um pai que correu?
    Para mim é uma ajuda, porque ele tem experiência e sempre posso procurá-lo para pedir algum conselho.

    Ele não é único na sua família a ser piloto... É sempre a ele que recorre?
    Sim, ele sempre foi a figura mais importante para mim e sempre esteve comigo desde os tempos de kart. Minha mãe ia com a gente mais para para apoiar mesmo.

    Qual é sua primeira lembrança da F-1?
    Lembro de sentar no carro do meu pai, mais ou menos em 2000, e de ficar correndo pelo paddock. Às vezes eu assistia as corridas na TV, mas pequeno demais para entender que meu pai era piloto de F-1. Eu me divertia mais correndo pelo paddock [risos].

    Já se formou na escola?
    Ainda não. Faço aulas particulares e tenho que continuar até completar 18 anos. Não vai ser muito fácil conciliar a escola e a F-1 neste ano, apesar de eu normalmente ser um bom aluno... Mas só quando quero [risos].

    Como é para você correr ao lado de pilotos que correram com seu pai também, como Jenson Button e Kimi Raikkonen, por exemplo?
    Acho legal e estou ansioso por fazer isso no domingo.

    Claro que seu pai é uma referência, mas há algum piloto no qual tenha se inspirado?
    O [Fernando] Alonso não teve sempre o melhor carro nas mãos e conseguiu fazer coisas incríveis mesmo assim. Ele tem o meu respeito.

    Qual é seu objetivo em 2015?
    Acho que é tentar não cometer erros, especialmente nesta primeira corrida. É tentar terminar o máximo de corridas e marcar pontos. E terminar o ano na frente do meu companheiro de equipe [o espanhol Carlos Sainz].

    Faz algum preparo físico especial por conta de sua idade?
    Sim, tenho treinando bastante porque meu corpo não tão forte quanto o de um piloto de 25 anos, por exemplo. Estou fazendo treinos extras e na pré-temporada consegui completar muitas voltas. Me senti bem nas simulações de corrida e podia até fazer duas na sequência [risos].

    Uma questão de ordem prática... Você pode tomar champanhe no pódio?
    [Risos] Primeiro eu preciso subir no pódio, depois vou pensar nisso.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024