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    Análise: Jogo opõe visão francesa de futuro a imediatismo brasileiro

    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    26/03/2015 02h00

    Varane, 21, do Real Madrid; Kurt Zouma, 20, do Chelsea; Kondogbia, 22, do Monaco; Fekir, 21, do Lyon. Dos 23 jogadores relacionados pela França para o amistoso desta quinta (26), quatro teriam idade para participar dos Jogos Olímpicos de 2016.

    No Brasil, a turma da idade olímpica é bem menor. Limita-se ao lateral direito Fabinho, 21, do Monaco.

    Enquanto isso, Lucas Silva, 22, do Real Madrid, Rafinha Alcántara, 22, do Barcelona, e Felipe Anderson, 21, destaque da Lazio, jogam na sexta em Cariacica (ES) contra o Paraguai em amistoso da categoria sub-23.

    A convocação de Fabinho para a seleção principal mostra que o veto aos garotos que mais aparecem na Europa não é para privilegiar a preparação da seleção olímpica. É uma questão de filosofia.

    Enquanto o técnico francês, Didier Deschamps, preocupa-se em dar bagagem a seus jovens mais talentosos e aproveita o fato de a França já estar na Euro-2016 (por ser sede) para montar um time pensando no futuro, Dunga expõe preocupações mais imediatas e restringe o espaço das apostas mais jovens.

    Cada uma das seis vitórias nos seus seis jogos foi festejada como jogo de campeonato. Para o treinador, efetivamente eram. Com isso, as experiências com os meninos que são o futuro da seleção ficam em segundo plano.

    Por exemplo, Talisca, 21, que vinha comendo a bola no Benfica, não ganhou um minuto sequer nas vitórias sobre Turquia (4 a 0) e Áustria (2 a 1), em novembro.

    O imediatismo de Dunga até poderia estar ligado ao desejo de melhorar a imagem da seleção após o 7 a 1 para a Alemanha. Mas esse é um traço do seu trabalho. Em sua passagem anterior, entre 2006 e 2010, ele também preferiu os veteranos a criar um legado para seu sucessor.

    A dificuldade brasileira em fazer a transição da base para o profissional faz com que a seleção desperte tantas dúvidas apesar de estar em fase semelhante à da França, tratada como força ascendente.

    Ambas tiveram resultados parecidos na Copa (os europeus pararam nas quartas, enquanto o Brasil foi quarto), têm um candidato a melhor do planeta no futuro (Neymar e Pogba) e são as últimas campeãs mundiais sub-20.

    Mas quatro anos após o título, só Danilo, Philippe Coutinho e Oscar estão na seleção principal. Apesar de ter sido campeã dois anos mais tarde, o que faz com que os jogadores estejam menos maduros, a França já tem dois campeões mundiais no elenco: Zouma e Kondogbia –seriam três de Pogba não estivesse machucado.

    Editoria de arte/Folhapress
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