• Esporte

    Tuesday, 07-May-2024 17:49:43 -03

    Logo do Especial Rio-2016

    Clubes pediram saída de Gallo da coordenação da CBF, diz substituto

    MARCEL RIZZO
    ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA

    26/03/2015 02h00

    Chico Ferreira/CBF
    O técnico Gallo comanda um treino da seleção olímpica
    O técnico Gallo comanda um treino da seleção olímpica

    Erasmo Damiani, 49, está apenas há 21 dias no cargo de coordenador da base e foi contratado para apagar incêndio neste setor da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que vive uma crise. Depois do fracasso no Sul-Americano sub-20 do Uruguai, com o Brasil ficando em quarto lugar e se classificando no limite para o Mundial da Nova Zelândia, entre maio e junho, Alexandre Gallo, que acumulava as funções de coordenador e de técnico dos times olímpico e sub-20, foi tirado da coordenação da base. Ele permaneceu como treinador na CBF à frente da seleção olímpica, mas viu toda sua comissão técnica ser trocada.

    Damiani, que antes de aceitar o convite da CBF trabalhou por dois anos como gerente da base do Palmeiras, disse que os clubes já pediam que Gallo não acumulasse os cargos.

    "Os clubes entendiam que era impossível ser coordenador e treinador. Você tem que abrir mão de algumas coisas, porque é impossível você estar preocupado com a convocação da sub-23 e ao mesmo tempo resolvendo algum problema da sub-15", disse Damiani à Folha.

    "Essa mudança equilibra as coisas. O Gallo fica tranquilo e se preocupa apenas com a convocação, com quem vai jogar, e eu me preocupo em falar com os clubes para liberar os atletas e na programação e parte administrativa dessas seleções", completou.

    Gallo terá o Mundial sub-20 como teste importante. Desde que José Maria Marin assumiu a presidência da CBF, em março de 2012, a base da seleção brasileira não venceu torneios oficiais. Damiani, por enquanto, diz que não há chance de mais mudanças na comissão técnica da sub-20, nem da seleção olímpica, que são formadas pelos mesmos profissionais.

    O novo coordenador disse que trabalhará também com uma demanda dos clubes com relação à competições de base. Ele quer montar uma base de dados, em que informações sobre o desempenho de cada atleta possa ser repassado aos clubes.

    "As vezes o atleta é convocado, mas o clube não sabe como ele foi utilizado na seleção. Vamos padronizar a ficha de convocações e todos saberão quantas vezes aquele atleta esteve disponível", disse Damiani.

    Outra mudança deve ser a unificação do calendário de competições profissional e amadora. O sonho dos clubes é um Campeonato Brasileiro sub-20 que acompanhe os jogos do profissional, o que deve sair do papel nos próximos anos.

    Para Damiani, o Brasil ainda forma grandes jogadores, mas muitos atletas se perdem no meio do caminho para a profissionalização por culpa dos clubes.

    "A maioria dos clubes ainda está buscando a formação, mas muitas vezes descarta um atleta mais novo, que precisa de dois, três anos para ser formado e dar furtos ao clube e seleção, por jogadores mais velhos, já maturados. Algumas vezes você perde jogadores importantes com isso", disse.

    TIME DO PAN

    Damiani conta que a CBF decidiu que a seleção brasileira usará os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, em julho, para observar potenciais jogadores para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

    A entidade usa o termo seleção sub-23 alternativa para o time que será formado para a competição, já que não contará com os principais jogadores da idade olímpica, que atuam na Europa, que não serão liberados pelos clubes.

    O técnico Alexandre Gallo, então, convocará atletas que não têm sido usados nos testes da seleção olímpica que estão sendo feitos em agenda paralela à seleção principal nas datas Fifa, como os amistosos de sexta (27), contra o Paraguai sub-23, em Cariacica-ES, e de domingo (29), frente o México, em São Luis-MA.

    "É uma oportunidade de ver jogadores com essa idade olímpica e que não estão sendo chamados", disse Erasmo Damiani, o novo coordenador das categorias de base da CBF que acompanha os treinamentos do time olímpico no Espírito Santo.

    Como na Olimpíada, o Pan-Americano limita a idade dos atletas para atuar no futebol masculino para até 23 anos, mas normalmente a CBF prefere utilizar jogadores mais novos.

    Em 2007, no Pan do Rio, o time que não conquistou medalha foi formado por atletas até 17 anos. Em 2011, no Pan de Guadalajara, foi o time com atletas até 20 anos que participou.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024