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    Paes diz que 'exemplo ruim' da Copa atrapalha imagem da Rio-2016

    MARIANA CARNEIRO
    DE BUENOS AIRES

    28/03/2015 02h00

    O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou nesta sexta (28) que a Copa do Mundo não pode ser considerada um exemplo de sucesso para o Brasil.

    Comemorado pelo governo federal, o evento recebeu críticas do prefeito do Rio, que prepara a cidade para os Jogos Olímpicos de 2016.

    Segundo ele, os estrangeiros já têm desconfiança em relação à capacidade dos países latino-americanos de executarem grandes projetos. Os atrasos e o sobrepreço nas obras dos estádios reforçaram esse sentimento.

    "Nossa história é sempre essa, tem sempre uma picaretagem no meio. No Brasil, na Argentina... O que temos que fazer é superar as expectativas negativas fazendo as coisas direito. E não acho que a Copa tenha sido um bom exemplo para isso", afirmou.

    "Eu fujo do senso comum. Não acho que a Copa tenha sido uma maravilha. Como evento, festa, foi, mas o preço dos estádios... temos uma chance de mostrar ao mundo que podemos fazer as coisas no preço e no prazo".

    Paes afirmou que, faltando cerca de 500 dias para os Jogos Olímpicos, as obras estão no prazo.

    Ele admitiu temer que as obras possam atrasar em razão do envolvimento das maiores construtoras do país no escândalo da Lava-Jato, mas minimizou o problema.

    "Temer, eu temo [um atraso]", disse ele. "Mas posso te garantir que não há Lava-Jato na prefeitura do Rio e nas nossas obras. É claro que se uma empresa dessas quebra ou se tem uma crise sistêmica, aí sim... mas a princípio está caminhando bem e não afetou [o cronograma]".

    Paes lamentou que a despoluição da Baía de Guanabara não fique pronta até o evento, no ano que vem. Ele afirmou que o trabalho é de atribuição do governo do Estado e acha difícil cumprir a meta de redução de 80% da poluição.

    Mas disse não acreditar que isso afete o desempenho dos atletas.

    "A poluição não afeta a Olimpíada. As provas são feitas no lugar mais limpo da Baía. Mas se perdeu uma oportunidade para a cidade e para a região metropolitana do Rio de ter a baía de Guanabara recuperada."

    Paes defendeu ainda as obras do campo de golfe, na Zona Oeste.

    Segundo ele, há muita desinformação sobre o local que, afirma, era uma zona degradada nos anos 80. Serão construídos 27 prédios no local quando, ainda de acordo com o prefeito, o projeto indicava que poderiam ser feitos até 96.

    MANIFESTAÇÕES

    As recentes manifestações a favor e contra o governo reacenderam, na imprensa estrangeira, o temor de que haja confrontos nas ruas durante os Jogos Olímpicos, como ocorreu antes e durante a Copa do Mundo.

    Paes afirma não acreditar em grandes manifestações contrárias aos Jogos.

    "O que ocorreu na Copa foi que os estádios começaram com um preço e terminaram três vezes mais caros. Na Olimpíada, isso não está acontecendo. Os preços e os prazos estão mantidos. 70% do que se está gastando com estádios é privado, ao contrário da Copa, que era todo público", afirmou.

    Além disso, o prefeito afirmou que muitas das obras feitas para os jogos ficarão de legado para a cidade.

    "O Brasil é uma democracia e podem haver manifestações. Não se pode quebrar tudo, como fizeram naquela ocasião. Mas manifestações como as que ocorreram há pouco contra a presidente são coisa normal", disse.

    O prefeito do Rio esteve em Buenos Aires para a reunião do C40 - grupo de prefeitos contra o aquecimento global. O grupo de comprometeu a aumentar a oferta de transporte público sem emissões de gás de efeito estufa. Até 2020, 10% da frota dessas cidades devem ser compostos por veículos híbridos.

    O primeiro passo do Rio será a construção de um VLT (veículo leve sobre trilhos) no Centro da cidade, afirmou o prefeito, que também quer racionalizar o uso dos ônibus.

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