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    Olímpicos terão preparação mental contra efeito Copa do Mundo

    SÉRGIO RANGEL
    DE DO RIO

    29/03/2015 02h00

    A seleção comandada por Felipão não conseguiu suportar a pressão na Copa do Mundo de 2014. Após os jogadores chorarem com o Hino Nacional ou mesmo antes de momentos decisivos aconteceu o maior vexame do futebol brasileiro –a goleada por 7 a 1 para Alemanha.

    Para evitar que isso se repita na Olimpíada do Rio, em 2016, o Comitê Olímpico do Brasil decidiu cuidar do emocional da equipe nacional.

    Um grupo de 11 psicólogos está submetendo pela primeira vez os atletas a preparação mental. O trabalho reúne técnicas de relaxamento, concentração e mentalização antes e durante os Jogos.

    "A preparação mental tem importância semelhante ao trabalho físico, técnico e tático em um evento tão grandioso. Somente o lado mental não vai levar o atleta a ganhar uma prova, mas tem peso significativo", afirmou Jorge Bichara, gerente de Performance Esportiva do COB.

    A delegação brasileira, que contará com cerca de 450 atletas, já foi dividida em quatro grupos pelos psicólogos (medalhistas olímpicos e campeões mundiais; atletas com potencial de subir no pódio; os que podem surpreender; e os com poucas chances de medalha). Até agora, o Brasil tem 297 vagas garantidas.

    Além de trabalhar com os atletas, os psicólogos também atuam com os técnicos, que já tiveram encontros com o grupo de preparação mental.

    Em abril, o COB vai se reunir com outros 50 psicólogos, que trabalham particularmente com atletas ou confederações. A intenção é preparar um protocolo de ações para serem aplicadas à equipe.

    O descontrole emocional dos jogadores na Copa não é comentado publicamente pelo dirigente, mas virou objeto de estudo. Carlos Alberto Parreira, ex-coordenador de seleções, e Rodrigo Paiva, ex-diretor de comunicação da CBF, já deram palestra para o grupo coordenado por Bichara.

    "Não me sinto confortável para comentar, não estive na seleção, mas os depoimentos deles foram sensacionais para o trabalho do COB", disse Bichara, formado em educação física, com pós-graduação em administração esportiva.

    EM CASA

    Os profissionais também mapearam vantagens e desvantagens de se disputar uma competição no país. O objetivo é amenizar a pressão de torcedores, patrocinadores e familiares durante os Jogos.

    "O Michael Johnson [corredor norte-americano, quatro medalhas olímpicas de ouro] me contou que, na véspera das suas provas em Atlanta-96, tinha que ficar explicando aos amigos que não tinha ingressos. A partir daí, já orientamos os nossos atletas para evitar isso aqui no Brasil", afirmou Bichara.

    "Não existe fórmula para o sucesso, mas temos que colocar tudo ao alcance de atletas e treinadores", concluiu.

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