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    'Muricy está sendo cozinhado em fogo baixo', diz Juvenal Juvêncio

    DE SÃO PAULO

    01/04/2015 16h05 - Atualizado às 18h10

    Nesta quarta-feira (1º), em entrevista à TV Folha, o ex-presidente do São Paulo Juvenal Juvêncio teceu duras críticas a seu sucessor, Carlos Miguel Aidar, e defendeu o elenco e o treinador do time, Muricy Ramalho, que, segundo ele, "está sendo cozinhado em fogo baixo".

    "O Muricy é muito leal. Quando o Aidar assumiu, ele disse: 'o Muricy tem cargo vitalício comigo, enquanto eu estiver aqui, ele está também'. Agora, ele diz que o cargo está mantido até o final do ano. E o Muricy tem essa leitura", disse Juvêncio, presidente do clube quando Muricy foi tricampeão brasileiro pela equipe tricolor (2006-2009).

    Ele ainda afirmou que o treinador tem conhecimento das supostas contradições do atual presidente.

    "O Carlos Miguel [Aidar] fala umas coisas do Muricy mais para colar, mas 'interna corpore' [internamente] ele fala outras coisas. O Muricy sabe o que está acontecendo verdadeiramente, e por isso que está abatido. Ele não pode se animar com uma situação dessas. E sem alegria não se joga futebol."

    Marlene Bergamo/Folhapress
    Juvenal Juvêncio durante entrevista à Folha em 2014
    Juvenal Juvêncio durante entrevista à Folha em 2014

    Sobre o elenco, ele insistiu que "não há nenhum racha", que os jogadores têm qualidade, e que o grande problema do clube hoje é seu mandatário.

    "Não há racha nenhum no elenco. O que não cola é o presidente [Carlos Miguel Aidar], que é um palpiteiro. Ele não gosta de futebol, não entende de futebol, é um amador. E o que ele diz atrapalha as declarações dos jogadores. 'Agora precisa ganhar', e não precisava ganhar antes?", disse.

    "O elenco está absolutamente ajustado. Eu sei disso porque foi todo montado por mim. o Ganso é um enorme atleta, mas tem momentos em que ele não chega", continuou.

    Juvêncio ainda se defendeu de acusações de Aidar de que teria deixado o clube sem dinheiro.

    "Deixei R$ 20 milhões, que ele pegou e comprou o Alan Kardec. Aí disse 'aqui não tem dinheiro'. O São Paulo não é banco, tem que ter criatividade. O dinheiro é uma justificativa. Todo mundo precisa de dinheiro. Ele precisa administrar aquilo lá, largar de fazer a unha. Ele precisa fazer futebol. E ele faria um favor se não fosse mais à Barra Funda [local do centro de treinamento do clube]", disse.

    Ele já havia se defendido das acusações de Aidar em declarações anteriores.

    Perguntado o motivo de ter ajudado a eleger um presidente que, segundo ele, não entende nem gosta de futebol, ele se lamentou.

    "Esse foi o meu erro [influenciar na eleição de Aidar]. Eu escolhi um e elegi outro. Como ele não me atrapalhou outras vezes, achei que poderia ser presidente. Só que a pessoa mudou, se travestiu, me deixou nu na passarela da verdade. Ele mudou radicalmente".

    RESPOSTA

    Indagado pela Folha, o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, preferiu não dar continuidade ao debate público com Juvêncio e emitiu nota por meio de assessoria de imprensa.

    "O ex-presidente Juvenal Juvêncio prestou grandes serviços ao São Paulo e merece todo o nosso respeito. Mas não iremos promover um debate via imprensa, até porque a nossa prioridade é o permanente avanço do nosso São Paulo Futebol Clube e não as questões de política interna, que têm outros fóruns mais adequados para serem debatidas."

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