Os jogadores do Corinthians afirmam que o volante Elias foi vítima de ofensas racistas do zagueiro Gonzáles durante o primeiro tempo da vitória de 4 a 0 sobre o Danubio, pela Taça Libertadores, nesta quarta-feira (1º). Entretanto, o próprio camisa 7 pediu ao clube para não registrar boletim de ocorrência sobre o incidente.

Chefe de segurança, o coronel Dutra informou a Folha que o pedido partiu de Elias. Entretanto, o atleta solicitou ao árbitro para que as declarações de Gonzáles fossem registradas na súmula da partida.

"Ele não teve interesse em registrar queixa, então não tem como levar isso a uma ação penal", afirmou o dirigente.

"O árbitro diz que só pode colocar na súmula o que ele presenciou", contou Dutra. "Vamos ver através do departamento jurídico que providência pode ser tomada", completou.

Indignado, o jogador do Corinthians teve que ser segurado pelos companheiros e adversários para não agredir o adversário. Ao fim do jogo, o meio-campista não quis comentar com os jornalistas.

Após deixar o gramado, o zagueiro do Danubio negou a repórteres ter insultado racialmente o jogador do Corinthians. Ele manteve a versão mesmo após ser informado de que a leitura labial sustentava a injúria racista.

APOIO DOS COLEGAS

Segundo os jogadores do Corinthians, o zagueiro Gonzáles fez ofensas racistas ao volante Elias após a falta que originou o primeiro gol alvinegro.

"Ele fez gestos imitando macaco", disse Cássio.

"Não tem nem o que dizer. De novo isso?", indagou Emerson. "Ele chamou o Elias de macaco", afirmou.

"O Tite falou com a gente no intervalo, para deixarmos xingar e jogar bola", revelou Renato Augusto.