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    Árbitro ignora injúria racial a Elias na súmula do jogo do Corinthians

    MARCEL RIZZO
    DE SÃO PAULO

    02/04/2015 21h33

    O árbitro Diego Haro, do Peru, não colocou na súmula da vitória corintiana sobre o Danubio,4 a 0 , na quarta-feira (1°), pela Libertadores, qualquer ofensa racista do zagueiro Cristian González, do time uruguaio, ao volante Elias.

    A Folha apurou que a diretoria do Corinthians já recebeu essa informação, e não pretende fazer uma denúncia formal à Conmebol.

    As câmeras de televisão registraram o insulto proferido por González, que não foi punido pela arbitragem.

    Elias pediu à diretoria do Corinthians para não registrar ocorrência do incidente.

    "Elias não teve interesse em registrar queixa", afirmou Waldir Dutra, chefe de segurança do Corinthians.

    "O árbitro disse que só pode colocar na súmula o que ele presenciou", completou.

    Segundo Dutra, o delegado da partida, Francisco Brítez, minimizou as ofensas.

    "Ele me disse que, em alguns países, 'macaco' nem sempre é racismo", disse.

    A versão foi contrariada por Guerrero, atacante do Corinthians que é peruano.

    "[Macaco] é ofensa em qualquer lugar do mundo."

    "REPUGNANTE"
    Um dia após se recusar a falar sobre o assunto, o volante Elias afirmou que foi chamado de vezes por González no primeiro gol corintiano.

    "Antes da cobrança da falta, fui chamado de macaco pelo González. Após o gol, durante a comemoração, ele repetiu o insulto, desta vez com gestos imitando um macaco", disse o jogador, em nota publicada nesta quinta (2).

    "É lamentável que episódios como este ainda aconteçam. E me revolta ainda mais por ter acontecido dentro do meu país, dentro da minha casa. Ele [González] é muito novo ainda e espero que, com o tempo, mais maduro, perceba que o racismo é repugnante. Hoje, com a cabeça mais fria, não consigo sentir raiva, só pena", completou o volante corintiano.

    A ofensa a Elias foi o 11º caso de racismo no Brasil desde março do ano passado, em levantamento da Folha.

    Apesar da indignação, o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, que chegou a chamar González de, disse que o clube não vai tomar atitude.

    "Melhor deixar no campo o que foi no campo."

    Editoria de Arte/Folhapress

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