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    Análise: É injusto dizer que Muricy fracassou nessa última passagem

    PAULO VINÍCIUS COELHO
    COLUNISTA DA FOLHA

    07/04/2015 02h00

    Uma das frases de maior impacto da conversa entre o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, o vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, e o então técnico Muricy Ramalho nesta segunda (dia 6) foi:

    "Sou são-paulino. Os jogadores percebem que não estou dando meu melhor. Se mudar agora, dá tempo de melhorar."

    Na manhã da segunda, a direção pretendia mantê-lo. O presidente, o vice e o gerente de futebol, Gustavo de Oliveira, ouviram a entrevista de Muricy após a derrota para o Botafogo na estrada, de volta para a capital. Preocuparam-se com a frase: "Não estou aguentando mais."

    Ainda na manhã de segunda, Ataíde telefonou para a casa de Muricy e ouviu que o técnico precisava descansar. Ficou mais preocupado. Ao mesmo tempo em que planejava manter sua ideia inicial –ter Muricy até o final do ano e contratar André Villas Boas em janeiro– não podia desprezar os sinais.

    De fato, não conseguiu no início de 2015 botar o dedo na ferida. Denílson não desarma e é querido por ser o melhor passador da equipe, mas só passa de lado. Ganso desarma mais do que o volante, mas é armador e não arma.

    Muricy chegou a anunciar alterações internamente, mas não cumpriu. Iria mudar o time contra o San Lorenzo e disse isso à direção. Desistiu.

    Luís Fabiano não joga o que já jogou e só saiu do time por lesão. O mesmo vale para Ganso, com uma única diferença: não se machucou.

    É injusto dizer que Muricy fracassou nesta passagem pelo São Paulo. Certo é falar sobre o fiasco no ano de 2015. Chegou em 2013, tirou o clube do rebaixamento e foi vice brasileiro. O fracasso foi não ter feito o trabalho de 2014 manter o nível em 2015.

    A saúde atrapalha, mas não é a razão. No mês passado, Muricy saiu de check-up feliz com os resultados. Os médicos diziam que ele estava bem. Também não é verdade ter sido dinamitado internamente. Aidar não pretendia demiti-lo e já era o presidente quando o São Paulo foi vice brasileiro.

    Em 2015, Muricy apenas não conseguiu. Simples assim! A dificuldade é o próximo passo. O time não terá André Villas Boas e não quer Rogério Ceni como técnico. Escolher substituto com tanto carisma não é missão fácil.

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