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    Campinas se torna ameaça aos grandes na reta final do Paulista

    LUIZ COSENZO
    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    10/04/2015 02h00

    Robson Ventura/Folhapress
    Maurício Barbieri durante jogo entre Corinthians x Red Bull
    Maurício Barbieri durante jogo entre Corinthians x Red Bull

    É de Campinas, cidade com mais de 1 milhão de habitantes no interior de São Paulo, que vêm as maiores ameaças aos grandes clubes do Estado na reta final do Paulista-2015.

    Ponte Preta e Red Bull Brasil encerraram a fase de grupos do torneio com a quinta e a sexta melhores campanhas, respectivamente.

    Esses dois times de Campinas impuseram três das quatro derrotas sofridas pelos grandes para equipes do interior durante toda a primeira fase -a outra foi uma façanha do Botafogo, também quadrifinalista, que derrotou o São Paulo.

    A Ponte, que já bateu Palmeiras e Santos no campeonato e enfrenta o Corinthians nas quartas, neste sábado (11), representa a tradição do futebol de Campinas.

    Com 114 anos de idade, já foi cinco vezes vice paulista. É atualmente o único time de porte médio do Estado na primeira divisão nacional.

    Além disso, tem uma regularidade de dar inveja até aos grandes. Neste ano, disputa a fase final do Paulista pela quinta vez consecutiva.

    "O que difere a Ponte dos outros é estar na Série A e, que, quando cai, sobe rapidamente. Então, ela tem orçamento para montar bons times. Mesmo quando perde jogadores, consegue repor porque faz bom trabalho de descoberta de atletas", disse o técnico Guto Ferreira, 49.

    O cenário financeiro diferenciado faz com que a Ponte seja tratada como uma pequena quando comparada aos grandes, e como grande perto dos pequenos.

    Sua folha salarial no Paulista é de cerca de R$ 1 milhão mensal, mais do que o dobro da média de R$ 350 mil a R$ 450 mil das equipes do interior. Em relação aos grandes, contudo, há um abismo: os orçamentos chegam à casa de R$ 8 milhões.

    Já o Red Bull Brasil, que já bateu o Palmeiras no campeonato e irá enfrentar o São Paulo, também no sábado (11), é o oposto da Ponte em termos de tradição.

    Criado em 2007, faz parte do conglomerado esportivo da marca de energéticos que lhe dá nome e debuta na elite paulista neste ano.

    Sua ascensão deixou Campinas com dois times na Série A1 mesmo após queda do Guarani, campeão brasileiro de 1978 e hoje na disputa da segunda divisão paulista.

    Enquanto a Ponte se destaca por poder gastar mais que os pequenos do interior, o Red Bull tem como maiores trunfos, além da segurança financeira que sua mantenedora lhe dá, um pesado investimento na formação de atletas e a ousadia na gestão.

    Seu técnico, Maurício Barbieri, no cargo desde dezembro de 2013, tem apenas 33 anos. Sua experiência anterior foi trabalhar em projeto similar ao da Red Bull que o Pão de Açúcar mantinha, que se transformou no Audax.

    "A questão da idade nunca influenciou na nossa relação. Estou com Fabiano Eller desde 2013, trocamos experiências e conversamos muito. Sempre respeito a opinião dele", disse a respeito do relacionamento com o zagueiro, quatro anos mais velho.

    Barbieri e Ferreira, os técnicos dos dois clubes campineiros, têm em comum uma particularidade: não foram jogadores profissionais de futebol e fizeram faculdade.

    "É um caminho mais longo, você sofre preconceito. No início, a opção era sempre pelo outro que tinha jogado bola", disse o treinador da Ponte, formado em educação física pela Unimep (Piracicaba). Já o técnico do Red Bull estudou esportes na USP.

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