A revolta dos jogadores da Ponte Preta e do técnico Guto Ferreira com o assistente Vicente Romano Neto, que marcou impedimento em um gol regular do time contra o Corinthians, não causou a mesma reação no chefe de arbitragem da Federação Paulista, Marcos Marinho.

O erro ocorreu durante o primeiro tempo do jogo pelas quartas de final do Campeonato Paulista, no sábado (11), no Itaquerão. Em posição regular, o meia Renato Cajá aproveitou um rebote do goleiro Cássio para chutar a bola para o gol e abrir o placar no estádio corintiano.

"O erro e o acerto da arbitragem fazem parte do jogo. O lance discutido também não é um lance fácil. A comprovação do erro foi feita pelas câmeras", disse Marcos Marinho para a Folha.

O erro, no entanto, não foi aceito pelos ponte-pretanos. Eles deixaram o Itaquerão irritados com o trabalho do árbitro assistente. Alegaram que a interferência modificou a história do jogo. No segundo tempo, o Corinthians fez 1 a 0 e terminou vitorioso, com a vaga na semifinal do Paulista.

"É triste e muito duro. O cara [Neto] nos tirou do campeonato", afirmou Cajá, na saída do jogo.

"A arbitragem sempre puxando para o Corinthians, mas fizemos uma grande partida. Se não fosse aquele erro, estaríamos classificados", disse o atacante Biro Biro, um dos mais irritados.

Até o técnico Guto Ferreira, que costuma ser mais contido nas declarações, reclamou do assistente. "Foi erro do auxiliar. A gente percebia ele muito afoito na beirada do campo, com necessidade de fazer o seu serviço ser respeitado", disse o treinador.

Apesar de toda a polêmica, Marinho defendeu a arbitragem do Campeonato Paulista.

"Querer a precisão total da arbitragem é forçar um pouco o entendimento do jogo. Os árbitros e assistentes treinam os lances para acertar, mas nada os impede de errar. Até mesmo árbitros altamente capacitados que estiveram na Copa cometeram erros", disse Marinho.