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    Sob pressão, São Paulo completa um ano da gestão Aidar

    DE SÃO PAULO

    15/04/2015 02h00

    O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, viaja nesta quarta (15) a Montevidéu, no Uruguai, para acompanhar a partida decisiva do seu time contra o Danubio, pela Libertadores.

    Uma eventual vitória será, claro, motivo de comemoração. Já uma derrota se somará aos problemas que se acumulam na sua gestão, que completa um ano na quinta-feira (16).

    Desde sua eleição, o dirigente colecionou desafetos, alimentou um clima ruim com adversários e vive uma situação delicada internamente, com baixo público no estádio e escassez de dinheiro.

    A mais recente polêmica, que afetou diretamente a equipe, envolveu Muricy Ramalho. O ex-técnico do time não gostou de ouvir cobranças públicas do cartola no início do Paulista e respondeu.

    "Já vi de tudo no futebol, mas você se pressionar nunca tinha visto. A gente está se pressionando. Não é a torcida. Isso não ajuda em nada, não agrega em nada", disse o treinador em fevereiro.

    O clima ruim entre eles foi sendo remoído até o início de abril, quando acordaram que o melhor para todos seria a saída do técnico.

    Mas foi fora de campo que o presidente estrelou suas maiores controvérsias.

    O rompimento com o ex-presidente Juvenal Juvêncio, que foi seguido por uma lavagem de roupa suja por meio da imprensa, atrapalhou o plano de reforma do Morumbi e instaurou no clube uma crise política incomum.

    A situação interna foi agravada com outros casos, como a participação de Cinira Maturana, sua namorada, em negociações –ela possuía uma carta para encontrar patrocinadores para o clube.

    Um imbróglio com os fornecedores de material esportivo também marcou o primeiro ano da gestão Aidar.

    O dirigente acertou o rompimento com a Penalty e começou a negociar com a Puma, mas acabou fechando com a Under Armour.

    A Puma, no entanto, alegou que tinha um acordo com o clube e que esse teria sido descumprido, o que levou a uma disputa judicial, que está em andamento.

    A relação com um de seus principais rivais, o Palmeiras, também azedou. O presidente alviverde, Paulo Nobre, considerou antiética a contratação de Alan Kardec, com quem negociava a renovação, e criticou Aidar. O cartola tricolor respondeu, e os dois cortaram relações.

    'VANGUARDA'

    Apesar dos percalços, Aidar mantém discurso otimista. Em reunião com sua diretoria na última segunda (13), fez um balanço da gestão.

    A ordem do encontro foi reduzir custos e tentar encontrar novas receitas. "Estou pensando no futuro do São Paulo. Quero colocar o clube na vanguarda do futebol, como sempre foi", afirmou o presidente por meio de nota.

    Um dos principais projetos de Aidar é reformar o Morumbi. A obra, que chegou a ser discutida no conselho do clube, é obsessão do cartola, mas precisa de apoio maciço no São Paulo para ser aprovada. O problema é que, além de Juvenal, Aidar está com a relação estremecida com Carlos Augusto de Barros e Silva.

    Conhecido como Leco, Barros e Silva é presidente do Conselho Deliberativo, órgão que precisa aprovar o projeto para que ele seja colocado em prática.

    Embora tenha sido indicado por Aidar para assumir o cargo no conselho, Leco questiona algumas atitudes do presidente à frente do clube. Ressalvas também são compartilhadas por importantes são-paulinos, como o empresário Abílio Diniz.

    Procurado pela reportagem, Aidar preferiu não comentou os episódios marcantes da administração até aqui.

    Editoria de Arte/Folhapress

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