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    Decisão paulista reúne mestre e aprendiz no banco de reservas

    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    21/04/2015 02h00

    Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação
    O técnico Oswaldo de Oliveira observa jogo do Palmeiras contra o Corinthians
    O técnico Oswaldo de Oliveira observa jogo do Palmeiras contra o Corinthians

    Quando Oswaldo de Oliveira, 64, foi embora do Santos, em setembro do ano passado, Marcelo Fernandes, 44, viu os jogadores formarem uma fila para dar o abraço de despedida no comandante.

    Cinco meses antes, eles estavam juntos na derrota por pênaltis para o Ituano na decisão do Paulista-2014.

    Quis o destino que outra final do Estadual tratasse de reuni-los um ano depois daquele momento de tristeza.

    No próximo domingo (26) e no seguinte (3), Oswaldo e Marcelo buscarão o título paulista que lhes escapou. Só que não do mesmo lado.

    O primeiro continua técnico, mas mudou de clube. Hoje, dirige o Palmeiras, que retorna a uma decisão do Estadual depois de sete anos –em 2008, sagrou-se campeão.

    O segundo continua no clube, mas mudou de função.

    Auxiliar nos tempos de Oswaldo, Marcelo é o técnico do alvinegro, finalista do Paulista pela sétima vez seguida.

    Vinte anos de idade e 16 de carreira separam os ex-companheiros de trabalho. As disparidades opõem os treinadores de Palmeiras e Santos, que decidirão o torneio.

    Oswaldo é treinador desde 1999. Acumula títulos de relevância nacional e internacional, como o Brasileiro, o Japonês e o Mundial de Clubes. Vai disputar sua quarta final consecutiva de Estadual.

    Venceu no Rio com o Botafogo, em 2013, depois de perder no ano anterior. Também acabou derrotado na final do Paulista de 2014.

    Marcelo ainda nem teve tempo para construir uma carreira de conquistas. Ex-jogador santista, integrava a comissão técnica do clube desde 2011 e virou treinador depois da demissão de Enderson Moreira, em março.

    "Hoje é o dia mais feliz da minha vida", disse, após o 2 a 1 sobre o São Paulo, domingo (19), que o pôs na final.

    De início interino, Marcelo ganhou crédito com a diretoria justamente após vencer o Palmeiras, de Oswaldo, na fase de classificação. Com o lobby forte de Robinho, capitão do time e líder dos jogadores, acabou efetivado.

    "Oswaldo é uma pessoa muito humilde, um 'gentleman'. Aprendi muito com ele. Ele sempre deu oportunidades e foi a única vez que vi uma fila ser formada, para dar adeus para ele quando ele saiu", disse o técnico do Santos, antes de assumir o cargo.

    Ao contrário de Marcelo, Oswaldo não classificou a vitória nos pênaltis sobre o Corinthians como o grande momento de sua carreira. Mas ele sabe bem o que o ex-companheiro e agora adversário está vivendo.

    O técnico do Palmeiras também foi um interino que acabou efetivado. Ex-auxiliar de Vanderlei Luxemburgo, foi a opção encontrada pelo Corinthians para suceder Evaristo de Macedo, em 1999. Logo no primeiro ano de carreira, ganhou Paulista, Brasileiro e o Mundial.

    Ivan Storti/Divulgação/Santos FC
    O técnico Marcelo Fernandes durante um treino do Santos
    O técnico Marcelo Fernandes durante um treino do Santos
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