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    Por Anderson Silva, taekwondo ignora ranking e muda seleção para Rio-2016

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    23/04/2015 02h00

    O presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo, Carlos Fernandes, resolveu apostar no marketing de Anderson Silva e confirmou a participação do lutador na seletiva brasileira para a disputa dos Jogos do Rio.

    Mesmo sem o ex-campeão do UFC ter resultado na modalidade, o dirigente deixou claro que o interesse do atleta em disputar a competição a partir de janeiro é como se o taekwondo tivesse ganho "na loteria".

    O entusiasmo de Fernandes com Anderson é tamanho que o presidente da confederação adotou um novo modelo de classificação para a Olimpíada, que possa contemplar o lutador.

    "Todos sabemos que marketing é caro, e o Anderson foi uma loteria. Diria que ganhamos na Mega-Sena", afirmou o cartola, que esperar fechar novos patrocínios para o esporte nos próximos meses com o efeito "Spider".

    Anderson está suspenso preventivamente do UFC, após ter sido detectada substância proibida no exame antidoping feito após a sua última luta, em 31 de janeiro.

    Fernandes, contudo, não acredita que a provável punição por doping possa tirar o atleta na Olimpíada do Rio.

    Secretário da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), Marco Aurelio Klein disse que o fato de Anderson não ter sido julgado impede ação da entidade.

    "Tecnicamente, o caso não está na jurisdição da ABCD e da Wada [Agência Mundial Antidoping]", disse. "Não podemos brecá-lo, embora os exames tenham sido feitos em um laboratório credenciado pela Wada e ele esteja suspenso preventivamente".

    O UFC não segue o Código Mundial Antidoping, regulamentado pela Wada. Se seguisse, contou Klein, é provável que ele tivesse punição de quatro anos.

    Anderson, 40, começou no taekwondo, mas abandonou a modalidade aos 17 anos. Apesar de confirmar a participação dele na seletiva, Fernandes ainda não tinha definido os detalhes da disputa do torneio. Até então, a confederação nunca havia usado esse modelo para definir os atletas que vão participar dos Jogos Olímpicos.

    A ideia da entidade é realizar competições pelo país com os atletas selecionados de janeiro a abril.

    Para os Jogos de 2016, a seleção brasileira tem quatro vagas garantidas por ser sede do evento, e outras quatro podem ser conquistadas pela posição no ranking.

    "Na seletiva nacional que iremos fazer, não haverá ranking. A ideia é fazer a chapa esquentar e que vençam os melhores", disse o presidente da confederação, que parou de lutar aos 31 anos.

    A decisão é criticada por atletas como Guilherme Félix. Adversário de Anderson, o lutador de 25 anos é o melhor atleta do país na categoria acima dos 80 quilos e o 17º do ranking mundial.

    O taekwondo é um esporte de muita velocidade. Os atletas de alto nível dificilmente conseguem bons resultados após os 35 anos.

    "Meus companheiros têm alguma razão no que falaram. Parei de treinar taekwondo quando tinha 17, então a dificuldade que vou encontrar do taekwondo da minha época para o de hoje é muito maior", diz o lutador. "Mas é um desafio que estou disposto a enfrentar, não me preocupo em passar vergonha".

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