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    Análise: Sorteio cria melhor chance para esperada final Barcelona x Real

    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    24/04/2015 11h54

    Denis Balibouse/Reuters
    Os duelos das semifinais da Liga dos Campeões
    Os duelos das semifinais da Liga dos Campeões

    Desde que a Liga dos Campeões deixou de ser uma competição exclusiva para os vencedores das ligas, em 1997, o mundo do futebol aguarda ansiosamente por uma decisão entre Barcelona e Real Madrid.

    Pois o sorteio dos cruzamentos das semifinais, realizado nesta sexta (24), ajudou nesse sonho coletivo: criou o melhor cenário para que Berlim receba no dia 6 de junho o clássico mais midiático do planeta. E valendo a taça mais desejada pelos clubes europeus.

    Não que o Barcelona seja favorito contra o Bayern de Munique. Longe disso. Mas as próprias quartas de final mostraram que, neste momento, se há alguém capaz de fazer frente ao poderio do gigante alemão em um confronto mata-mata é a equipe catalã.

    Também não se pode descartar a Juventus contra o Real Madrid. Mas o time italiano, por mais que conte com o excelente momento de Tevez e uma segurança defensiva admirável, era o único entre os adversários possíveis contra a qual é possível enxergar hoje uma certa vantagem dos atuais campeões europeus, que sofrem com problemas físicos e oscilam demais na temporada.

    Qualquer outro cruzamento das semifinais ou inviabilizaria (caso de um confronto direto já na próxima fase) ou deixaria mais distante a final espanhola.

    Isso acontece porque Barcelona e Bayern são atualmente os times mais prontos do mundo. Estão um degrau acima do Real Madrid e a pelo menos dois da Juventus. Isso não significa que dessa semifinal sairá o campeão, mas apenas que eles têm apresentado um melhor futebol. Só isso. Ou seria tudo isso?

    A entrada de Suárez no ataque do Barça era a peça que faltava para que os catalães completassem o período de transição do tiki-taka tradicional que era praticado nos tempos de Guardiola (hoje técnico do Bayern) para um estilo mais insinuante, em que a posse de bola e a habilidade (e as jogadas individuais) do uruguaio, Messi e Neymar convivem em perfeita sintonia.

    Já o Bayern é a base da seleção alemã campeã mundial. Isso diz tudo. Ou quase tudo. Nos dois mata-matas, o time precisou de um choque no primeiro jogo (empate com o Shakhtar Donetsk e derrota para o Porto) para mostrar seu verdadeiro potencial e golear os rivais na volta. A lição que fica é que, quando está com fome, não há ninguém para bater a equipe de Munique.

    Do outro lado da chave, o Real tem a desvantagem de ser o time que mais oscila entre os semifinalistas. A equipe que encantou o planeta na primeira metade da temporada acumulou tropeços no começo de 2015 e agora volta a jogar bem. Só que os problemas médicos colocam em dúvida essa recuperação. Benzema e Bale devem se recuperar a tempo de jogar as semifinais. Modric, talvez não. E o croata é o motor da equipe. Não à toa, os piores momentos do clube na temporada foram aqueles em que o meia estava fora.

    Para completar, a Juventus tem a constância que falta ao Real, mas fica longe do talento dos outros semifinalistas. Seu grande mérito é uma defesa vazada apenas uma vez nos últimos dez jogos. Só que o ataque, por outro lado, é muito dependente de Tevez e de uma ou outra bola parada de Pirlo. O francês Pogba, o dono do time na temporada antes de se machucar, poderia quebrar essa dependência, com suas chegadas à área como elemento surpresa. Mas ainda não é possível ter certeza de que ele terá condições de enfrentar o Real.

    Em tempo, Barcelona e Real Madrid já estiveram perto de fazer decisões da Liga dos Campeões outras vezes, mas nunca conseguiram. Em 2013, ambos perderam na semifinal para alemães (Borussia Dortmund e Bayern de Munique). Um ano antes, Bayern e Chelsea atrapalham. Em 2011, foi o sorteio que impediu a final –os espanhóis se enfrentaram na semi, o Barça se deu melhor e acabou depois levantando a taça.

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