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    CBF monta ofensiva para alterar a medida provisória do futebol

    DE SÃO PAULO

    25/04/2015 02h00

    Contrária à aprovação da medida provisória do futebol em seu formato atual pelo Congresso, a CBF subiu o tom das críticas ao texto e, por tabela, ao governo federal.

    A entidade emitiu nota nesta sexta (24) com oito argumentos para modificar a MP, que possibilita o refinanciamento das dívidas fiscais dos clubes, mas que impõe contrapartidas.

    A CBF enfatiza que a MP é inconstitucional. Afirma que o texto editado pela presidente Dilma Rousseff fere o direito de autonomia das entidades esportivas.

    Isso porque ao obrigar os clubes que aderirem ao refinanciamento a seguir novas regras, a MP impõe, como consequência, que as federações também aceitem essas determinações.

    Sem essas alterações por parte das federações, os clubes não poderiam participar das competições organizadas por elas.

    Outro argumento é que se trata de uma intervenção do Estado no futebol. A MP prevê, por exemplo, que os clubes limitem em 70% seus gastos com futebol e que haja incentivo ao futebol feminino.

    O comunicado da confederação é mais um item no combate ao texto elaborado pelo governo federal.

    Cartolas da entidade falam diariamente com parlamentares para ampliar sua influência dentro da Câmara e do Senado.

    Deputados federais como Jovair Arantes (PTB-GO) e Vicente Cândido (PT-SP) estão entre os aliados da CBF. No Senado, Zezé Perrella (PDT-MG) e Aécio Neves, presidente do PSDB, estão entre os que apoiam a CBF.

    A ofensiva da entidade está ligada à instalação da comissão mista de parlamentares para discutir a MP. O grupo começa a trabalhar no texto na terça (28) e terá como relator o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ).

    A avaliação dos cartolas e do Bom Senso, contrário às mudanças propostas pela CBF, é que Leite tem uma posição neutra no debate. O deputado mantém boa relação com o movimento dos jogadores, mas também ouve os os clubes e a entidade.

    Com a abertura da comissão, a CBF deve marcar presença de maneira mais veemente em Brasília para evitar que o texto se torne lei sem as alterações que propõe.

    Nesse sentido, o ex-deputado Walter Feldman, novo braço-direito de Marco Polo Del Nero, deve ser um dos mais atuantes.

    O diretor financeiro da CBF, Rogério Caboclo, também tem participação efetiva. "O futebol brasileiro quer contrapartidas, mas isso tem de ser feito de uma maneira a não criar um colapso", afirma Cabloclo.

    O ministro do Esporte, George Hilton, porém, já afirmou que o governo não pretende alterar o conteúdo da medida provisória.

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