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    Para Pelé, Pacaembu foi importante para ele chegar à seleção

    RAFAEL VALENTE
    DE SÃO PAULO

    27/04/2015 02h00

    Marcante para os torcedores e os principais clubes paulistas, como Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, o estádio do Pacaembu, que completa 75 anos nesta segunda-feira (27), também faz parte da história de ídolos do futebol brasileiro.

    Pelé, 74, por exemplo, citou em contato com a Folha o estádio municipal como importante para o início de sua trajetória na seleção brasileira.

    "Minha melhor lembrança no Pacaembu é uma partida que fiz em 1956 quando joguei por um combinado Santos e Vasco. Foi por aquele jogo que fui convocado para seleção brasileira para disputar a Copa Roca de 1957, também no Pacaembu", disse o Rei do Futebol.

    A partida citada por Pelé fez parte de um torneio amistoso disputado pelo combinado. Houve jogos no Maracanã, no Rio de Janeiro, e apenas um no Pacaembu, em São Paulo. Foi um empate por 1 a 1 com o São Paulo.

    O curioso é que os jogos no Rio foram com a camisa do Vasco, enquanto a partida em São Paulo foi com o uniforme branco do Santos.

    A atuação de Pelé, então com 15 anos, chamou a atenção do técnico da seleção brasileira, Sylvio Pirillo, que chamou Pelé para a disputa da Copa Roca contra a Argentina, em 1957.

    Nesse torneio, a seleção perdeu por 2 a 1 no Maracanã, mas venceu por 2 a 0 no Pacaembu e foi campeã. Pelé fez um gol no Rio e outro em São Paulo.

    REIZINHO DO PARQUE

    Quem também tem recordações felizes do Pacaembu é Roberto Rivellino, 69, apelidado de o Reizinho do Parque, quando defendeu o Corinthians.

    À Folha, Rivellino citou as partidas que fez quando ainda era juvenil no Corinthians. Ele jogava as preliminares do time principal.

    "O mais fantástico é que a torcida do Corinthians chegava mais cedo para ver o time que eu estava jogando e, obviamente, para me ver. O time era bom mesmo e dava muita alegria para aquela torcida em um momento difícil."

    Rivellino ainda citou duas partidas marcantes com a camisa do Corinthians, uma em 1968 e outra em 1971.

    "Quando o Corinthians venceu o Santos por 2 a 0 em 1968 e quebrou o tabu de 11 anos sem vitórias contra eles foi uma coisa sensacional. Aquele dia a torcida comemorou como um título", disse.

    "Outro momento foi um empate por 1 a 1 entre Santos e Corinthians, gols meu e do Pelé, em 1971. O jogo foi marcante porque ocorreu no ano em que nasceu minha filha e o Pelé, inclusive, disse que o gol era uma homenagem para ela".

    Leticia Moreira - 28.jan.2010/Folha Imagem
    Rivellino, com a camisa do Palmeiras, e Ademir da Guia, com a camisa do Corinthians, em evento
    Rivellino, com a camisa do Palmeiras, e Ademir da Guia, com a camisa do Corinthians, em evento

    ADEMIR DA GUIA

    Ídolo da primeira Academia de Futebol do Palmeiras, Ademir da Guia, 73, é outro ídolo que guarda com boas recordações os jogos no Pacaembu.

    O mais emblemático, contudo, tem a ver com um título do Palmeiras.

    "Meu primeiro título foi o Paulista de 1963 no Pacaembu. Fomos campeões do Estadual em dezembro, ao bater o Noroeste por 3 a 0. Terminamos o campeonato com 50 pontos contra 44 do São Paulo", disse Ademir.

    O veterano muda o tom de voz apenas ao falar da atual situação do Pacaembu.

    "Esse é um estádio muito charmoso. É um palco que já deu muito ao futebol e não merece ser abandonado jamais. É uma pena não termos jogos e clássicos lá. Algo deve ser feito e pensando para o estádio. Pelo menos para mantê-lo vivo e ativo", completou.

    ZETTI

    Armelino Donizetti Quagliato, o Zetti, 50, fez muito mais jogos no Morumbi, quando defendeu o São Paulo, no Palestra Itália, pelo Palmeiras, e na Vila Belmiro, pelo Santos, ainda assim e no Pacaembu que guarda a melhor lembrança da carreira como goleiro.

    "O maior jogo da minha vida foi no Pacaembu. Em 1994, o São Paulo empatou sem gols com o Palmeiras na Libertadores. Pode parecer pouco hoje, mas o Palmeiras tinha um supertime. Calculo que fiz pelo menos dez defesas de grande dificuldade", disse para a Folha.

    "Vejo o Pacaembu como o templo do futebol paulista. Um estádio agradável para jogar e ver jogos. Por isso, é importante a federação e os clubes pensarem em continuar jogando lá", disse.

    No último sábado (25), inclusive, Zetti promoveu uma ação no estádio em comemoração ao dia do goleiro (dia 26) e aos 75 anos do Pacaembu. Levou 300 alunos da escola de goleiros para uma exibição no estádio.

    Além dos alunos, Zetti ainda reuniu ex-jogadores como Raí, Juninho Paulista, Mauro Silva, Basílio, Evair, Dodô, Valdir Peres, Sérgio, Luizão, Edmílson, Veloso, Belletti, Ronaldo Giovanelli, Vampeta e Gil Baiano para o evento.

    "Trazer os goleiros ao Pacaembu é um sonho que tínhamos. Foi um casamento bacana, pois o Pacaembu comemora 75 anos e também temos o Dia do Goleiro. Na história do Pacaembu, muitos goleiros passaram por lá."

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