O Procon-RJ quer que o Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016 apresente até a próxima semana um laudo técnico que comprove a eficácia e a segurança no processo de compra de ingressos por meio do chamado "cartão virtual".

O sistema em questão foi implantado pelos organizadores para dar uma chance de compra aos consumidores que não têm cartão da bandeira Visa, pois os que têm desfrutam de privilégios.

Na opção alternativa, o comprador é remetido a outro site, no qual é gerado uma espécie de cartão pré-pago que pode ser carregado.

Apenas com ele carregado, é possível comprar ingressos para os Jogos. Para o Procon, a confiabilidade desse método, que começou a funcionar junto com o início da fase de vendas, no dia 31 de março, ainda não foi comprovada.

Até agora, o órgão não registrou reclamações de consumidores a este respeito.

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Do total de pedidos de ingressos já feitos ao comitê, 15% foram por opção de pagamento via "cartão virtual" –80% foram com cartão de crédito e 5% com de débito, estes obrigatoriamente da Visa, patrocinadora do evento.

"Queremos um laudo técnico que comprove que a compra feita fora do ambiente Rio-2016 seja extremamente segura. Depois que apresentarem, levaremos para nossos técnicos analisarem e ver se procede", disse Carlos Eduardo Amorim, diretor jurídico do Procon-RJ.

Segundo Amorim, tal apresentação está prometida pelo comitê organizador para ocorrer na próxima semana.

Caso a demonstração não seja satisfatória, o Procon-RJ deve instaurar processo administrativo e aplicar multa aos organizadores dos Jogos.

Também determinará que uma opção de boleto bancário dentro do site da entidade seja disponibilizado.

Nos três primeiros dias de serviço, houve lentidão no processo de geração deste meio de pagamento virtual.

Depois, diz o comitê, não houve mais qualquer problema ou reclamação, nem mesmo pelas redes sociais.

"Sabemos do grande número de fraudes de grandes eventos esportivos", afirmou.

Segundo Amorim, o Procon-RJ notificou a entidade para "entender como seria feita a compra em dinheiro", o que o órgão afirma ser imprescindível em procedimentos de venda de ingresso.

"Quando a página entrou no ar, tivemos dúvidas em relação ao cartão virtual. No primeiro dia, gerava 'delay', nos chamou a atenção, porque poderia gerar prejuízo ao consumidor", explicou.

"Depois disso, chamamos o comitê de novo e ele nos prometeu um incremento muito grande em segurança. É isso o que queremos".

Amorim também disse que o Rio-2016 se comprometeu a destruir todo o banco de dados do cartão virtual após o evento. "Não queremos constranger o consumidor a receber cartas, e-mails etc".

A Rio-2016 afirma que já realizou uma reunião formal com o Procon-RJ para esclarecer o tema e que não houve nenhuma autuação.

Colaborou MARCEL MERGUIZO, de São Paulo

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