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    Garçom foi peça-chave para duelo entre Mayweather e Pacquiao

    EDUARDO OHATA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    02/05/2015 02h00

    Um garçom, o principal executivo de uma das redes de TV aberta dos EUA e um senador. Foi a atuação desses personagens, estranhos ao mundo do boxe, que destravou a negociação para o duelo entre Floyd Mayweather Jr. e Manny Pacquiao.

    "Money" Mayweather e "Pacman" Pacquiao se enfrentam na madrugada deste domingo (3), em Las Vegas (EUA), em um milionário combate que, mostram projeções, quebrará recordes de público, arrecadação, bolsas, venda de pay-per-view etc.

    O duelo, vendido como a luta do século, vale a unificação dos títulos mundiais dos meio-médios. Floyd é campeão da Organização Mundial de Boxe e do Conselho Mundial de Boxe –Pacquiao é dono do título da Organização Mundial de Boxe.

    Foi há cerca de oito anos que Gabriel Salvador, um jovem ator descendente de porto-riquenhos e poloneses, mudou-se para Los Angeles.

    Para complementar sua renda, trabalha como garçom no Craig's, um badalado restaurante de Los Angeles, frequentado por celebridades.

    Com seu salário, mais participações em seriados como "Bones" e "Blue Bloods", ganha o suficiente para pagar as viagens do filho, Elijah, que vive em Nova York, a Los Angeles, onde pratica boxe na academia de Freddie Roach, o técnico de Pacquiao.

    Salvador não entendia por que Mayweather e Pacquiao não se enfrentavam. "Era o que todos queriam, mas a espera já ultrapassara os cinco anos", disse à Folha.

    No Craig's conheceu o diretor-executivo da CBS, Leslie Moonves, um habilidoso negociador. Como conversavam regularmente sobre boxe, pensou: "Se alguém pode fazer a luta acontecer, é ele."

    Salvador levou Moonves a Roach, que o apresentou a Bob Arum, promotor de Pacquiao. Moonves foi a "ponte" entre Arum e Al Haymon, o orientador de Mayweather.

    Um a um os obstáculos foram derrubados, como a divisão da bolsa, exame antidoping e até detalhes como qual nome estaria na frente nos ingressos e cartazes, já que o primeiro é considerado o principal –Pacquiao concordou em ficar em segundo.

    "Ele [Moonves] foi figura-chave nas negociações", definiu Lee Samuels, chefe de comunicação da Top Rank.

    Mas Salvador não foi esquecido. Ganhou ingresso para assistir a luta no MGM.

    Quem teve que comprar ingressos esperou até quinta-feira, quando finalmente o contrato entre "Money" e o MGM –hotel-cassino onde haverá a luta– foi fechado.

    Graças à intervenção do senador Harry Reid, que ligou para Arum em busca de ingressos para si e seu colega, John McCain. Ao ouvir que havia pontos soltos na área de ingressos, ligou para um executivo do MGM. Uma teleconferência foi feita e a derradeira questão, resolvida.

    NA TV
    O canal pay-per-view Combate inicia a transmissão, ao vivo, a partir das 22h. É possível comprar a luta por R$ 90.

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