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    Torcedores processam Pacquiao por esconder lesão antes da 'luta do século'

    DA EFE, DE HOUSTON

    06/05/2015 11h31

    Duas pessoas que acompanharam a luta entre Floyd Mayweather e Manny Pacquiao entraram com uma ação após o boxeador filipino esconder uma lesão no ombro antes do confronto realizado no último sábado, em Las Vegas.

    Eles exigem uma indenização de US$ 5 milhões a Pacquiao, seu treinador, Michael Koncz, e a empresa promotora Top Rank por esconderem a lesão do atleta. Segundo o processo, todos sabiam do problema e não informaram à Comissão Atlética de Nevada, como exige a lei.

    "Os processados sabiam e tinham pleno conhecimento de que Pacquiao estava seriamente lesionado. Além disso, sabiam que o problema poderia afetar gravemente seu rendimento", diz a ação.

    Estima-se que todas as receitas geradas pela "luta do século" ultrapassem a casa dos US$ 400 milhões, podendo chegar até a US$ 500 milhões, maior marca da história do boxe em ambos os casos.

    O advogado que representa a Top Rank, Daniel Petrocelli, garante que as acusações são falsas e não têm sustentação jurídica. "Há documentos que mostram de forma explícita os remédios que Manny estava usando para tratar o ombro e todos foram totalmente revelados à Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA, na sigla em inglês), que contratamos para esta luta", disse.

    Mas a USADA, através de seu presidente, Travis Tygart, foi categórica ao afirmar que a organização não tem relação com a lesão de Pacquiao e a obrigação de comunicá-la à Comissão Atlética.

    "Não tínhamos informações médicas, não há imagens de ressonância magnética, nem documentos. Não foi um problema antidoping. O verdadeiro questionamento é porque a equipe dele marcou 'não' no formulário onde a pergunta sobre lesões é feita", rebateu Tygart.

    "Não tenho certeza se há um meio termo neste assunto", completou o presidente da USADA, afirmando que a equipe do filipino cometeu um erro ao ocultar a informação da comissão.

    Petrocelli disse que Pacquiao foi examinado por médicos antes da luta e provou tinha condições físicas de entrar no ringue, mas voltou a lesionar o ombro durante o combate.

    O advogado descartou também a possibilidade de a ação dos torcedores, em especial a alegação da falta de conhecimento do público sobre o problema com o pugilista, ser considerada pela Justiça.

    "Esta é um processo frívolo e temos certeza que será desprezado", acrescentou.

    A notícia do processo ocorreu um dia depois de o presidente da Comissão Atlética de Nevada, Francisco Aguilar, ter confirmado que a Procuradoria-Geral do estado investigará o motivo de Pacquiao ter marcado "não" na opção sobre lesões presente no questionário que precisa ser respondido pelos lutadores antes da luta.

    O filipino pode ser multado e suspenso por esconder a informação, algo estabelecido por lei e que deve ser divulgado antes da cerimônia de pesagem.

    O cirurgião Neal ElAttrache, médico de Pacquiao, também confirmou através da imprensa que o atleta passará por uma operação nesta semana e ficará em recuperação por um período entre nove e 12 meses.

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