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    'Veterano' aos 28, Mineirinho aposta no surfe clássico para liderar Mundial

    ÉDER FANTONI
    DE SÃO PAULO

    07/05/2015 02h00

    Depois de uma disputa eletrizante pelo título do Mundial de 2014, a Austrália, sede das três primeiras etapas, aguardava ansiosamente pelo novo campeonato. Esperava-se muito de Gabriel Medina, 21. Surpreendeu-se com Filipe Toledo, 20. Mas tirou o chapéu para outro brasileiro: Adriano de Souza, 28.

    Mineirinho, seu apelido, chegou à Oceania sem chamar a atenção, mas saiu de lá com a liderança do Mundial.

    Nos três primeiros desafios do ano, ele conseguiu um terceiro lugar em Gold Coast, um vice em Bells Beach e o título em Margaret River. Tudo da sua melhor maneira.

    Editoria de arte/Folhapress

    Considerado um dos atletas mais dedicados do circuito, Mineirinho, que nasceu em Guarujá, litoral paulista, prendeu-se no que o surfe tem de mais tradicional para impressionar os juízes.

    "Cada um tem o seu perfil. E eu aposto no surfe clássico. É esse o meu diferencial", disse Mineirinho à Folha.

    Por surfe clássico, o atleta se refere a um estilo tradicional, sem ser tão radical ou vistoso, mas com manobras seguras e já bem conhecidas.

    Membro mais velho desta nova geração do Brasil, Mineirinho tem estilo diferente de Medina. O primeiro brasileiro campeão mundial da modalidade é um dos expoentes do surfe moderno, que abusa dos aéreos (quando o surfista salta pela onda) e de novas manobras. Filipinho é mais um desse grupo.

    Na Austrália, Mineirinho manteve o seu estilo clássico, sem nada mirabolante, mas sempre bem executado.

    "Medina e Filipinho são diferentes, têm um surfe mais moderno, com certeza, mas o meu perfil se encaixa perfeitamente no clássico. É o que eu gosto de fazer", disse.

    Mineirinho celebra nesta temporada dez anos de Mundial. Em nove campeonatos, porém, o máximo que ele conseguiu foi o quinto lugar em 2009, 2011 e 2012.

    E parece que ele nunca esteve tão preparado para ganhar o título como agora.

    "Tenho 28 anos e sinto que estou no auge da minha carreira. Mas ainda é um pouco cedo para falar sobre ser campeão mundial", afirmou Mineirinho ao lembrar que, depois da etapa do Rio, faltarão ainda mais sete etapas.

    O desafio no Brasil ocorre entre os dias 11 e 22 de maio na praia da Barra da Tijuca.

    Além de apostar no estilo clássico, o surfista também frisa a sua experiência como outro diferencial. Na Austrália, o conhecimento foi, talvez, sua principal arma.

    Isso ficou evidente na final da terceira etapa, em Margaret River, quando enfrentou o havaiano John John Florence, 22. Mineirinho pegou apenas duas ondas e segurou a sua prioridade até o fim.

    "A experiência tem feito a diferença para mim. E o melhor é você ter uma certa idade e se sentir jovem. Esse é o meu dilema", afirmou.

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