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    Eliminação da Libertadores escancara crise financeira do Corinthians

    BERNARDO ITRI
    DO PAINEL FC

    14/05/2015 07h45

    Além dos reflexos dentro de campo, a eliminação sofrida para o Guaraní (PAR) nesta quarta-feira (13) escancara a crise financeira vivida pelo Corinthians, cuja origem se sustenta em dois pilares: a dívida fiscal e o pagamento do Itaquerão.

    Alvo de uma ação do Ministério Público Federal, que acusava o ex-presidente Andres Sanchez de ter praticado crimes fiscais, o clube teve de levantar em 2014 um dinheiro que não tinha para acertar as dívidas. Em agosto, o clube desembolsou R$ 15 milhões para quitar dívida fiscal e tentar livrar Andres Sanchez da ação criminal movida pelo MPF.

    A dívida, de impostos não pagos, era de R$ 31,8 milhões, mas o clube obteve desconto de R$ 16,8 milhões para a quitar o débito.

    Precisou recorrer a empréstimos, a adiantamentos e limpou seu caixa para aderir ao Refis (Programa de Refinanciamento das Dívidas Fiscais) e livrar Andres e mais quatro cartolas da ação do MPF.

    O pagamento feito inocentou os dirigentes, mas deixou o clube em situação delicada.

    No ano passado, por exemplo, o Corinthians renovou seu contrato com a Nike e usou o bônus pela assinatura do contrato para pagar os débitos deixados pelas gestões anteriores.

    Fez empréstimos e adiantou de receitas que hoje fazem falta.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Junto dessas manobras, entra o Itaquerão. Todas as bilheterias, que representavam a terceira maior receita do clube, são destinadas para o fundo imobiliário responsável por pagar a arena.

    Como referência: em 2013, ainda jogando no Pacaembu, o Corinthians arrecadou R$ 32 milhões com bilheteria, valor que seria suficiente para pagar três folhas salariais do clube.

    A soma desses dois fatores gerou a situação financeira caótica em que o Corinthians sem encontra: dívidas com jogadores que chegam a R$ 20 milhões, baixo crédito no mercado e eliminado da Libertadores, principal competição sul-americana.

    A saída da competição ainda piora o cenário, já que o clube poderia ganhar até R$ 11 milhões com as premiações da Libertadores.

    Restou à diretoria criar mais dívidas para cobrir o rombo criado em 2014. O clube está desesperado para assinar empréstimos que servirão para pagar as dívidas mais urgentes com os atletas.

    Neste cenário, não parece simples o caminho para que o Corinthians volte a voar em céu de brigadeiro, como mostrou estar em 2012, com salários em dia e, consequentemente, enchendo a prateleira de troféus.

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