O segundo tempo do clássico entre Boca Juniors e River Plate, pelas oitavas de final da Libertadores, não foi reiniciado no horário previsto em virtude da violência contra o time visitante na Bombonera, em Buenos Aires. O duelo define o rival do Cruzeiro nas quartas de final.

O problema dentro do estádio na capital argentina foi causado por gás de pimenta lançado no túnel de acesso dos atletas do River, que venceram o jogo de ida por 1 a 0 e empatavam sem gols nesta quinta-feira (14). Após mais de uma hora, o jogo foi suspenso.

"Estão queimados por uma substância irritante. Temos quatro jogadores comprometidos", disse o médico do jogo ao site do jornal "La Nación". "Eles têm queimaduras de primeiro grau, não podem continuar", completou, de acordo com a TyC Sports. Três deles são Funes Mori, Kranevitter e Ponzio, que tiraram a camisa e mostraram marcas de queimadura nas costas.

As imagens de TV mostraram todo o elenco visivelmente abalado pelo gás, com incômodos nos olhos e recorrendo a muitas garrafas d'água. O trio de arbitragem, sem poder fazer nada, acompanhou toda a movimentação, ouviu as reclamações do River e segue aguardando uma determinação da Conmebol.

"Vocês têm de suspender [o jogo]", disse Cavenaghi, segundo o Diário "Olé", ao árbitro do jogo. O diário reforça que, além do atacante, outros membros do elenco do River Plate pedem a suspensão do Superclássico.

Segundo a TYC Sports, o pedido não ficou restrito aos jogadores. Rodolfo D'Onofrio, presidente do River Plate, entrou no gramado acompanhado de outros cartolas para discutirem com os árbitros. Quando tentaram retornar aos vestiários, porém, nem a forte proteção policial conseguiu parar os ataques de vandalismo da torcida do Boca, que tentava atingir os cartolas com chutes e arremessos de objetos. Ao jornal "La Nación", Marcelo Gallardo, técnico do River, disse que o gás foi lançado dentro do túnel inflável que é instalado pela organização do jogo.

A confusão chegou ao cúmulo quando um drone entrou no espaço aéreo do gramado pendurando uma espécie de "fantasma" com a letra B escrita em vermelho. Trata-se de uma piada recorrente na Argentina sobre o "fantasma da B", fazendo menção ao rebaixamento recente do River Plate.

	Juan Mabromata/AFP
	Leonel Vangioni, do River Plate, lava o rosto depois de ser atingido por gás de pimenta dentro de campo