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    Exposição mostra quando futebol feminino era clandestino no Brasil

    DE SÃO PAULO

    20/05/2015 12h00

    Pelé, Garrincha e Ronaldo são nomes importantes da história do futebol brasileiro, conhecidos por quase todos os torcedores do país.

    Mas quando falamos os nomes de Sissi (integrante da primeira seleção feminina convocada pela CBF), Pretinha (que participou de quatro Mundiais e quatro Olimpíadas) e Marta (eleita cinco vezes a melhor jogadora do Mundo pela Fifa), poucos pensam em jogadoras que fizeram história defendendo a mesma camisa amarela.

    Para tentar preencher a lacuna do futebol feminino na história da modalidade no Brasil e para contar a vida de mulheres como essas, o Museu do Futebol, aproveitando a realização da Copa do Mundo feminina de futebol no Canadá, em junho, lançou nesta terça-feira (19) a exposição "Visibilidade para o Futebol Feminino".

    "Essa exposição é um passo inicial para resgatar a história das mulheres no futebol. É um passo muito pequeno diante de um grande caminho de quase 100 anos de inserção das mulheres no futebol, para contar suas histórias de persistência, dedicação e amor ao esporte", afirma Silvana Goellner, co-curadora da exposição e coordenadora do Centro de Memória do Esporte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ceme-UFRGS).

    Uma história muitas vezes construída longe dos holofotes dos estádios e registrada mais nas páginas policiais dos jornais que nos cadernos esportivos.

    Em 1939, o Conselho Nacional dos Desportos proibiu a prática do futebol feminino no Brasil. A regra só foi revogada 40 anos depois, em 1979, após muitas mulheres serem presas por jogar futebol e clubes receberem multas pesadas por terem times femininos.

    Mesmo na clandestinidade, as mulheres não pararam de jogar. No entanto, sem um registro oficial e com pouca cobertura da imprensa, reconstruir a história do futebol feminino no Brasil foi um trabalho árduo, baseado principalmente em entrevistas e busca de documentos em acervos pessoais de ex-jogadoras.

    "Ainda tem muito a ser contado. O que está exposto é só o que conseguimos reunir em dois ou três meses. O importante agora é estabelecer uma referência para reunir mais material e disponibilizá-lo para o público", diz Goellner.

    Além da exposição, o Museu do Futebol sediará uma série de debates e ações educativas sobre o futebol feminino até a mostra sair de cartaz, em 30 de dezembro.

    O museu fica no estádio do Pacaembu (praça Charles Miller, s/nº), em São Paulo, e funciona de terça a domingo das 9h às 17h (com horários especiais em dias de jogos no estádio). A entrada é gratuita aos sábados. Nos outros dias, custa R$ 6 (com meia-entrada para estudantes, idosos e professores). Pessoas com deficiência e crianças com até sete anos não pagam.

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