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    ANÁLISE

    Ato de racismo envolve ginastas que ainda buscam protagonismo

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    22/05/2015 02h00

    Um ponto une os ginastas envolvidos no polêmico episódio do vídeo com injúrias raciais divulgado em rede social: todos ainda brigam pelos holofotes na seleção masculina nacional.

    Arthur Nory, 21, Fellipe Arakawa, 21, Henrique Flores, 24, e o ofendido, Angelo Assumpção, 18, cerram fileiras na equipe brasileira, mas não são titulares cativos. Tampouco são ginastas badalados, como Arthur Zanetti e Diego Hypólito.

    Dos quatro, apenas Nory integrou a seleção que terminou em sexto na disputa por equipes no Mundial de Nanning, na China, em outubro de 2014 (pode parecer pouco, mas foi a melhor posição da equipe masculina do país em Campeonatos Mundiais –antes, o auge fora um 13º lugar, na edição de Tóquio-2010).

    O desempenho também serviu para classificá-la para o Mundial deste ano, que ocorrerá em outubro em Glasgow, na Escócia, e dará vaga nos Jogos do Rio-2016 aos oito primeiros colocados.

    Caso seja bem-sucedido, o Brasil terá uma equipe masculina olímpica completa pela primeira vez.

    Nory, Arakawa, Flores –agora afastados das competições por 30 dias e com incentivos financeiros suspensos pelo mesmo período– e Assumpção brigam por esse lugar ao sol no Rio, mas, atualmente, são coadjuvantes.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Assumpção é um talento mais para Tóquio-2020 que para 2016. O mesmo vale para Arakawa.

    Assumpção ganhou visibilidade ao conquistar um ouro no salto na etapa de São Paulo da Copa do Mundo, é bem verdade.

    Mas cabe a ressalva de que a nata mundial, composta de sul-coreanos, russos e ucranianos, não participou do torneio paulistano.

    Flores teve dois grandes rivais nos últimos anos: as lesões e Zanetti, seu companheiro de treino. Por incrível que pareça, ele tem nota de partida em geral mais alta que a do campeão olímpico, mas ainda deve na execução.

    Nory é a grande incógnita. Tido como principal talento da nova geração brasileira, foi ele o autor do vídeo no aplicativo Snapchat durante treinos do grupo em Portugal.

    O caminho de sucesso que pavimentava pode estar em risco com o desdobramento?

    "[O episódio] já afetou o clima da seleção. A vida deles não será exatamente mais a mesma. Mas acho que, tecnicamente, isso não vai afetá-los. É dar tempo ao tempo e tirar lições disso", acredita Luisa Parente, ex-ginasta brasileira que foi aos Jogos Olímpicos de 1988 e 1992.

    O trio de punidos não poderá disputar o Campeonato Sul-Americano de Cali, na Colômbia, devido à suspensão.

    Há chance de que eles compitam no Pan de Toronto, que ocorrerá em julho. A decisão caberá à Confederação Brasileira de Ginástica.

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