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    Corrupção no futebol

    EUA pedem extradição de argentinos e de paraguaio envolvidos no caso Fifa

    MARIANA CARNEIRO
    DE BUENOS AIRES

    28/05/2015 12h27

    Victor R. Caivano/Associated Press
    O argentino Alejandro Burzaco (à dir.), que teve pedido de extradição emitido pelos EUA
    O argentino Alejandro Burzaco (à dir.), que teve pedido de extradição emitido pelos EUA

    A Justiça americana enviou à Argentina e ao Paraguai pedidos de prisão e extradição dos cidadãos destes países suspeitos de estar envolvidos em um esquema de corrupção na Fifa.

    Na Argentina, o pedido chegou na noite de quarta (27). A defesa dos empresários Alejandro Burzaco (da Torneos y Competencias) e de Hugo e Mariano Jinkis (da Full Play) ingressou na Justiça com um pedido para responder ao processo em liberdade. O juízo ainda não se pronunciou.

    Pouco antes de estourar o escândalo, Burzaco publicou em uma rede social a informação de que estava em Londres e que seguia para a Suíça, onde estavam os dirigentes da Fifa. Depois disso, encerrou a sua conta.

    Ainda não há informações sobre o paradeiro dos outros dois empresários citados na investigação. A Folha não conseguiu contato com a Full Play.

    O Paraguai também recebeu o pedido de captura e extradição do ex-presidente da Conmebol, Nicolás Leoz. A Justiça do país analisa o pedido.

    Nenhum dos quatro estavam entre os detidos na Suíça na quarta.

    ESCÂNDALO

    Uma operação policial contra a corrupção deteve nesta quarta-feira (27) o ex-presidente da CBFJosé Maria Marin, 83, e outros seis dirigentes da Fifa durante um congresso da entidade em Zurique (Suíça). A ação ocorreu a pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e teve a participação do FBI, a polícia federal norte-americana.

    Todos foram banidos provisoriamente pela Fifa de todas as atividades relacionadas ao futebol. Eles devem ser extraditados para os Estados Unidos, onde a Procuradoria de Nova York apura o caso.

    Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, a maior parte do esquema envolvia subornos e propinas entre dirigentes da Fifa e executivos do setor na comercialização de jogos e direitos de marketing de vários campeonatos.

    Entre eles estão as eliminatórias da Copa do Mundo nas Américas do Norte e Central, a Copa Ouro, a Liga dos Campeões (todas organizadas pela Concacaf), a Copa América, a Libertadores (ambas organizadas pela Conmebol) e a Copa do Brasil, da CBF.

    As autoridades também investigam o pagamento de propina envolvendo o patrocínio da CBF por uma grande empresa de material esportivo dos EUA, a escolha da África do Sul como anfitriã da Copa de 2010 e as eleições presidenciais da Fifa em 2011.

    Segundo a polícia, a investigação envolve um esquema de corrupção mais de US$ 100 milhões (R$ 317 milhões) na Fifa nos últimos 20 anos, envolvendo fraude, extorsão e lavagem de dinheiro em negócios ligados a torneios.

    As contas bancárias dos acusados na Suíça foram bloqueadas. A suspeita é que elas foram usadas para receber dinheiro de propina.

    Outros dois brasileiros estão envolvidos. Um deles é réu confesso. José Hawilla, 71, dono da Traffic Group, que tem os direitos de transmissão, patrocínio e promoção de campeonatos de futebol e jogadores, além de empresas de comunicação.

    Segundo o governo dos Estados Unidos, o executivo teria concordado com o confisco de US$ 151 milhões (R$ 473 milhões) de seu patrimônio.

    Argentino naturalizado, José Margulies, conhecido como José Lazaro, é outro envolvido no caso. Ele intermediava contratos da Conmebol com emissoras de TV e empresas de marketing.

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