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    Corrupção no futebol

    Prisões ameaçam esvaziar tentativa da Palestina de expulsar Israel da Fifa

    DANIELA KRESCH
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM TEL AVIV

    28/05/2015 16h14

    Ammar Awad-19.mai.2015/Reuters
    Crianças palestinas pedem a suspensão de Israel da Fifa, em visita de Blatter a Jerusalém, em 19 de maio
    Crianças palestinas pedem a suspensão de Israel da Fifa, em visita de Blatter a Jerusalém, em 19 de maio

    A seleção de Israel pode ter sido salva pelo gongo por causa do escândalo de corrupção na Fifa. As prisões no alto escalão do futebol mundial ameaçam esvaziar a tentativa da Associação Palestina de Futebol (APF) de suspender ou até mesmo expulsar Israel da entidade máxima do futebol por alegações de racismo e restrições ao ir e vir de jogadores palestinos.

    A votação está marcada para acontecer na sexta-feira (29), durante Congresso da Fifa em Zurique, na Suíça.

    Mas, como num bom jogo de futebol, o embate entre Israel e Palestina na entidade só deve ser definido aos 90 minutos do segundo tempo.

    Em meio à indefinição quanto ao futuro da entidade, os dois lados estão em plena campanha nos bastidores, ao mesmo tempo em que teorias conspiratórias pipocam entre os dois povos.

    O maior jornal de Israel, o "Yedioth Aharonoth", publicou em sua manchete, nesta quinta-feira (28), alegações de que cartolas do Qatar estariam oferecendo suborno a membros da Fifa para que votem em prol da suspensão de Israel.

    "Temor: Qatar pagará por voto contra Israel", diz a manchete, citando fontes diplomáticas.

    O diário israelense ainda questionou a credibilidade da Fifa ao tomar uma decisão dessas neste momento.

    Entre os palestinos, há rumores de que os Estados Unidos agiram neste momento contra os diretores da Fifa por pressão israelense, na tentativa de cancelar a votação.

    "Há informações de que os oficiais do futebol presos eram contrários à tendência de Blatter em favor de Israel. Suas detenções, mesmo que tenham sido noticiadas apenas em conexão com suposta corrupção, podem ter algo a ver com a votação de sexta-feira", alegou o correspondente em Ramallah, na Cisjordânia, do jornal "Daily Paquistan".

    Até o momento, o presidente da APF, o general palestino Jibril Rajoub, insiste em manter na agenda do congresso a votação. Os palestinos precisam de três quartos dos votos das 209 associações de futebol filiadas à Fifa para suspender Israel de competições internacionais.

    Na quarta-feira (27), depois das prisões dos líderes da Fifa, Rajoub emitiu nota em que parecia aberto a negociar para evitar a votação, mas esse possível acordo continua em aberto depois que os palestinos exigiram, além de liberdade para que jogadores palestinos viajem –principalmente entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia–, que cinco times israelenses sejam suspensos.

    Seriam equipes que representam assentamentos judaicos na Cisjordânia.

    Israel tenta convencer membros da Fifa que a federação de futebol não deve ser usada como palco político.

    O presidente da Fifa, Joseph Blatter, visitou a região na semana, para tentar evitar a politização da federação. Mas, após se reunir com a cúpula israelense e palestina, voltou à Suíça de mãos abanando.

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