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    Corrupção no futebol

    Extradição da Suíça para os EUA pode levar ao menos um ano

    RAUL JUSTE LORES
    DE WASHINGTON

    30/05/2015 02h00

    A extradição dos presos no escândalo da Fifa para os EUA pode levar ao menos um ano, se a Suíça aceitar o pedido americano, segundo diplomatas suíços e advogados americanos ouvidos pela Folha.

    A Suíça assinou seu mais recente acordo de extradição com os EUA em 1995. Mas só recentemente as autoridades suíças têm "cooperado mais" com as americanas, de acordo com esses analistas. Casos de sonegação fiscal ou que atinjam os bancos locais não são acatados normalmente.

    Em 2009, a polícia suíça prendeu, a pedido dos EUA, o cineasta Roman Polanski, quando participava de um festival de cinema no país. Polanski é acusado de abuso sexual de uma garota de 13 anos em 1977. Ele passou alguns anos em prisão domiciliar em seu chalé alpino, mas a Justiça negou a extradição.

    Pelo tratado, a extradição é permitida quando a acusação é punível nos dois países com penas de prisão acima de um ano. Os dois lados têm que considerar crime, mesmo que com nomes diferentes.

    Se a Suíça não considerar crime a acusação da Justiça americana, não há extradição. Será preciso provar que as fraudes, propinas e lavagem de dinheiro do caso são passíveis de prisão na Suíça.

    Mesmo que o juiz suíço acate a solicitação americana, os réus podem apelar, demorando mais o processo.

    Há diversas exceções que previnem a extradição –se um dos países punir um crime com pena de morte (no caso, os EUA), a Suíça pode rejeitar a extradição. O mesmo se aplica se o caso for acusado de "motivação política".

    Se a extradição for negada, os acusados podem continuar livremente na Suíça ou voltar aos países de origem. Nesse caso, as autoridades americanas podem emitir os "alertas vermelhos" para que, ao sair da Suíça, eles sejam detidos em países que tenham acordos de extradição com os EUA.

    Parte da demora tem a ver com a papelada necessária: cada documento da Justiça americana precisa ser traduzido ao francês e alemão. Podem ser milhares de páginas.

    A secretária de Justiça americana, Loretta Lynch, comparou o caso da Fifa com as extradições para os EUA e julgamento de líderes da máfia italiana nos anos 80, pelo uso de bancos americanos nos esquemas. "Claramente, achavam que os EUA seriam um abrigo financeiro para eles."

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