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    Aos 17, brasileiro supera tempos de Cielo e desponta para a Rio-2016

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    31/05/2015 02h00

    Felipe Ribeiro, 17, exibe em seu arsenal talentos diversos.

    Detém um recorde pessoal de 40 segundos para montar o cubo mágico. Assume o papel de "lead guitar" da banda de rock nacional Histeria Coletiva, que prepara seus primeiros hits e tem uma legião de 234 fãs no Facebook.

    Ataca no esporte radical, com foco no surfe e no skate.

    Nenhuma das façanhas, porém, compara-se ao que ele tem obtido nas piscinas.

    Ribeiro se tornou a nova sensação da natação brasileira com marcas superioras às de nomes consagrados como Cesar Cielo e em ascensão, como Matheus Santana –amigo e companheiro de treinos na Unisanta, em Santos.

    É nos 100 m livre que ele mais tem se destacado. Em menos de três anos, acumulou uma evolução superior a três segundos na distância.

    Em dezembro, ainda aos 16, Ribeiro completou os 100 m em 49s93 em torneio nacional juvenil. Foi o primeira brasileiro a nadar a prova abaixo de 50s com tal idade.

    Editoria de arte/Folhapress
    EVOLUÇÃO A NADOA melhora nos tempos de Felipe Ribeiro, nova sensação da natação brasileira, nos 100 m
    EVOLUÇÃO A NADOA melhora nos tempos de Felipe Ribeiro, nova sensação da natação brasileira, nos 100 m

    Como comparação, Cielo tinha 52s45 com idêntica faixa etária. Atual campeão olímpico, o americano Nathan Adrian tinha 50s99.

    Atenta à ascensão, a confederação brasileira o convidou para viajar com a delegação aoMundial em piscina curta de Doha, no mesmo mês.

    Ribeiro não desacelerou desde então. Em abril, fez 49s16 no Sul-Americano juvenil. Entre os nadadores no mundo com até 17 anos, só o australiano Kyle Chalmers, 16, foi mais veloz em 2015 (48s69).

    A marca é a quarta melhor do país no ano, atrás das de Santana (48s78), Cielo (48s97) e João de Lucca (49s15).

    Ribeiro não conseguiu vaga para o Pan de Toronto e o Mundial de Kazan nas duas seletivas nacionais, mas a escalada meteórica o faz traçar uma meta: classificar-se para os Jogos do Rio, ao menos para o revezamento 4 x 100 m livre, cotado para pódio.

    "Quero estar no time de 2016. Quando consegui nadar 49s16, falei 'estou dentro'. Eu não estou tão distante assim dos caras", disse o nadador.

    Seu segundo intento é mais audacioso. "Quero ser campeão olímpico. É meu maior sonho. Quero ir ao Rio novinho para não chegar desavisado a [Tóquio] 2020, porque lá estarei no auge", afirmou.

    O sonho olímpico contrasta com o penoso começo de "carreira" de Ribeiro. Introduzido na natação pelos pais para tratar a bronquite, o velocista odiava a piscina.

    "Eu fugia mesmo. Me trancava no banheiro e não saia de jeito nenhum, só a força."

    Mesmo arredio, mostrou talento para a coisa e chamou a atenção dos professores. "Quando eu tinha cerca de 10 anos, um dos donos da academia onde treinava era professor da Unisanta e me chamou. Fui e me dei bem."

    Ribeiro acredita que nada na sua trajetória foi por acaso. "Eu tenho um dom para esporte. Sou bom no que exige preparação corporal."

    A próxima prova de sua capacidade pode ser dada no Mundial júnior em Cingapura, em agosto. "Quero chegar lá e nadar abaixo de 49s. A meta é 48s5 e acho possível. Sempre com pés no chão."

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