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    Corrupção no futebol

    Compra de imóvel por Del Nero é investigada pelo Ministério Público

    MARCO ANTÔNIO MARTINS
    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    03/06/2015 02h00

    O Ministério Público Federal, no Rio, apura se o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, cometeu irregularidade na compra de dois apartamentos de luxo em 2014, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

    A Receita Federal também investiga, a pedido do MPF, a mesma transação.

    Uma das coberturas, no valor de R$ 5,2 milhões, foi adquirida de uma empresa dos filhos do empresário Wagner Abrahão, antigo parceiro comercial da CBF e amigo do ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira.

    Antes, em maio do ano passado, Del Nero registrou em cartório que comprou outro dúplex, no mesmo local, por R$ 1,6 milhão. Os imóveis tem cerca de 250 metros quadrados. Os negócios foram revelados pela Folha em 16 de abril.

    À época, Del Nero negou qualquer conflito ou irregularidade na transação. Nesta terça, a CBF não respondeu aos questionamentos.

    O procurador da República Daniel Prazeres abriu um procedimento administrativo para apurar o caso.

    "Me chama a atenção estes valores distintos para dois imóveis semelhantes no mesmo local. A apuração vai responder se quiseram burlar a Receita ou se houve alguma irregularidade", afirmou o procurador.

    Editoria de arte/Folhapress

    A partir daí, Prazeres decidirá se irá pedir a abertura de inquérito criminal contra o presidente da CBF.

    O primeiro imóvel foi comprado por Del Nero da empresária Lilian Cristina Martins Maia, ex-presidente da escola de samba Estácio de Sá. Ela foi investigada pela PF, na Operação Hurricane, que visava uma máfia de caça-níqueis.

    Del Nero e seu filho declararam que pagaram por ele R$ 1, 6 milhão. A Secretaria da Fazenda avalia que o imóvel vale cerca de R$ 3,2 milhões. Corretores consultados pela Folha consideraram "uma pechincha".

    Não foi a primeira vez que dirigentes da CBF fizeram transações suspeitas com a família Abrahão. Outro negócio imobiliário entre Ricardo Teixeira, ex-presidente da entidade, e a família Abrahão é um dos motivos citados pela Polícia Federal para indiciar o cartola.

    Em 2009, o irmão de Abrahão, Cláudio, vendeu uma cobertura a Teixeira, também na Barra da Tijuca.

    O apartamento foi vendido por R$ 720 mil quando o valor de mercado era de R$ 4 milhões. O imposto pago por Abrahão foi sobre o valor de R$ 1,9 milhão. Ou seja, o empresário perdeu dinheiro na venda. A Polícia Federal suspeita que a transação visou lavar dinheiro.

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