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    Corrupção no futebol

    Ex-Fifa relata suborno na escolha de sedes das Copas de 1998 e 2010

    GIULIANA VALLONE
    DE NOVA YORK

    03/06/2015 17h33

    Ali Haider - 8.dez.09/Efe
    O ex-dirigente da Fifa Chuck Blazer, que colabora com as investigações de corrupção na entidade
    O ex-dirigente da Fifa Chuck Blazer, que colabora com as investigações de corrupção na entidade

    Ex-integrante do comitê executivo da Fifa, o norte-americano Chuck Blazer afirmou em depoimento à Justiça dos EUA que houve pagamento de propinas nas escolhas das sedes da Copa do Mundo de 1998, na França, e 2010, na África do Sul.

    Nesta quarta-feira (3), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou a transcrição de uma audiência na Corte de Nova York em novembro de 2013, em que o cartola se declara culpado das dez acusações atribuídas a ele, entre elas extorsão e conspiração para lavagem de dinheiro.

    A divulgação acontece um dia depois de o presidente da Fifa, Joseph Blatter, 79, abdicar do seu mandato e convocar nova eleição na entidade em meio ao maior escândalo de corrupção da história do futebol.

    No depoimento, Blazer admitiu ter "trabalhado para facilitar a aceitação de suborno na seleção do país-sede da Copa do Mundo de 1998".

    O norte-americano, no entanto, não cita qual candidatura seria a responsável pela tentativa de comprar votos.

    Em 1992, a França ganhou o direito de organizar o Mundial ao derrotar Marrocos por 12 votos a 7. A Suíça também participou do processo seletivo, mas não teve sua candidatura aprovada pela Fifa.

    Sobre a escolha da sede da Copa de 2010, Blazer foi mais enfático e disse que não apenas ele, mas também outros membros do comitê executivo, foram pagos para votar na África do Sul como sede.

    "Começando em [ou por volta de] 2004 e continuando até 2011, eu e outros no comitê executivo da Fifa concordamos em aceitar suborno em conjunção com a escolha da África do Sul como país sede da Copa do Mundo de 2010. Entre outras coisas, minhas ações descritas acima tinham participantes e resultados comuns."

    Ele admitiu ainda ter aceitado propinas relacionadas à distribuição dos direitos de transmissão das edições de 1996, 1998, 2000, 2002 e 2003 da Copa Ouro.

    O norte-americano foi o delator do esquema de corrupção que causou, na semana passada, o indiciamento de 14 pessoas por pagamento ou recebimento de propinas para a exploração comercial dos direitos de transmissão e de marketing de competições de futebol.

    De acordo com as autoridades norte-americanas, as eliminatórias da Copa do Mundo da Concacaf, a Copa América, a Taça Libertadores e a Copa do Brasil estão entre os campeonatos envolvidos no esquema.

    O ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83, e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos na semana passada pela polícia suíça, a pedido das autoridades dos Estados Unidos.

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