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    Corrupção no futebol

    Alemanha enviou armas para sauditas em troca de apoio na Copa, diz jornal

    DE SÃO PAULO

    05/06/2015 20h41

    Nesta sexta-feira (5), o jornal alemão "Die Zeit" publicou matéria em que afirma que a Alemanha forneceu armamentos militares (como, por exemplo, lança-granadas) à Arábia Saudita em troca de apoio à candidatura alemã à país-sede da Copa de 2006. O responsável pela negociação seria Gerhard Shröder, chanceler (premiê) alemão à época.

    Segundo o "Die Zeit", o governo alemão suspendeu um embargo de comercialização de armas à Arábia Saudita alguns dias antes da votação para escolha do país-sede, e em seguida enviou os equipamentos aos sauditas.

    Na votação, transcorrida em julho de 2000, a Alemanha venceu a África do Sul por 12 votos a 11 em meio a controvérsias. O neozelandês Charles Dempsey, representante da Oceania, continente que já havia declarado apoio à África do Sul, absteve-se e retirou-se da sala antes da votação. Ele não explicou posteriormente os motivos da decisão. Segundo o "Die Zeit", em caso de empate, Blatter daria seu voto decisivo ao país africano.

    Além disso, empresas alemãs passaram a fazer investimentos em indústrias de países diretamente envolvidos na votação. Ainda segundo o jornal, a empresa alemã Daimler investiu centenas de milhões de euros na empresa sul-coreana Hyundai, sendo que o filho do fundador da empresa asiática faz parte do Comitê Executivo da Fifa. As alemãs Volkswagen e Bayer teriam prometido investir grandes somas na Tailândia e na Coreia do Sul.

    No mesmo sentido, o grupo do empresário de mídias alemão Leo Kirch teria transferido largas quantias de dinheiro para empresas do tailandês Worawi Makudi, do Comitê Executivo da Fifa. Kirch também teria comprado por quantias vultuosas os direitos de transmissão de amistosos do Bayern de Munique por quatro países, entre eles a Tunísia, que fazia parte do Comitê da Fifa. Esses direitos normalmente são comercializados por valores baixos, aponta o "Die Zeit".

    A publicação aponta que os procedimentos da Alemanha não são considerados "ilegais", mas que estão distantes do que se entende por "espírito esportivo."

    A revelação do jornal alemão está relacionada ao esquema de corrupção que causou, na semana passada, o indiciamento de 14 pessoas por pagamento ou recebimento de propinas para a exploração comercial dos direitos de transmissão e de marketing de competições de futebol.

    De acordo com as autoridades norte-americanas, as eliminatórias da Copa do Mundo da Concacaf, a Copa América, a Taça Libertadores e a Copa do Brasil estão entre os campeonatos envolvidos no esquema.

    O ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83, e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos na semana passada pela polícia suíça, a pedido das autoridades dos Estados Unidos.

    Editoria de Arte/Folhapress

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