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    Com mais dinheiro, seleção feminina de futebol procura se reerguer na Copa

    LUIZ COSENZO
    ENVIADO ESPECIAL A ITU

    07/06/2015 02h00

    Confinamento de mais de de 70 dias em Itu, no interior paulista, treinos à exaustão, série de palestras e vídeos para a memorização de jogadas.

    A seleção brasileira feminina de futebol começa a colocar em prática todo o trabalho realizado no primeiro semestre nesta terça-feira (9), quando estreia na Copa do Mundo do Canadá.

    O primeiro adversário será a Coreia do Sul. O Brasil ainda enfrenta Espanha e Costa Rica na primeira fase.

    O Mundial marca o início de um novo ciclo para as atletas, cujo objetivo principal é a conquista de uma medalha na Olimpíada, em 2016.

    A Copa será o primeiro torneio oficial desde que a equipe se tornou permanente.

    Das 23 jogadoras, apenas a atacante Marta –a mais consagradas de todas– e a meia-atacante Beatriz possuem vínculo com clubes.

    A primeira joga no sueco Rosengard enquanto a segunda atua no sul-coreano Hyundai Steel Red Angels.

    As outras atletas são totalmente bancadas pela CBF, que realizou o maior investimento de sua história nesta modalidade.

    A entidade, que passa por uma crise devido às denúncias de corrupção, gasta cerca de R$ 700 mil entre jogadoras, comissão técnica e o local de concentração.

    Desde meados de março, elas estão concentradas em um resort em Itu.

    "Só a Marta e a Beatriz não estavam com a gente desde o início. Se não existisse a seleção permanente, várias jogadoras estariam fora do país e nossa preparação seria mais curta", conta a volante Formiga, 37, com a experiência de cinco Mundiais no currículo –ficou fora apenas da primeira edição, realizada em 1991, realizado na China.

    A criação de uma seleção permanente foi um dos pedidos do técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, 58, que assumiu o comando do time há pouco mais de um ano.

    "Os outros países evoluíram enquanto nós estagnamos. Paramos [no tempo] assustadoramente. A criação da seleção permanente foi importante para formarmos uma equipe em condições de competir em bom nível no Mundial", avalia.

    Vadão acredita que hoje país não possui 35 jogadores de alto nível e que muitas meninas chegam à seleção sem ter feito trabalhos de fundamento, já que os times não possuem categorias de base.

    "Optamos por fazer trabalho educativo e depois o treinamento principal. Nesse período, evoluímos muito na organização e no preparo físico. Vamos ter mais intensidade durante os jogos".

    De acordo com ele, a modalidade não soube aproveitar as medalhas de prata nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008 e no Mundial de 2007.

    Em 2011, foi eliminada nas quartas de final. Em Londres, a seleção também caiu nas quartas de final para o Japão.

    "Não conseguimos desenvolver o futebol feminino por falta de campeonatos de base. Precisamos de um plano de governo e precisamos que o futebol feminino seja mais praticado", diz Vadão, que evita apontar uma meta para o Mundial do Canadá.

    "Queremos apresentar um bom nível técnico".

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