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    Corrupção no futebol

    Autoridades americanas vetaram divulgação de depoimento de Hawilla

    GIULIANA VALLONE
    DE NOVA YORK

    10/06/2015 16h17

    A pedido do Departamento de Justiça norte-americano, o juiz Raymond J. Dearie vetou a divulgação da transcrição do depoimento do empresário brasileiro J. Hawilla na Corte de Nova York.

    Na audiência em questão, em dezembro de 2014, Hawilla se declarou culpado de quatro acusações: extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça.

    Hawilla é fundador e dono da Traffic, a maior empresa de marketing esportivo da América Latina –também condenada no caso.

    Para assumir sua culpa, ele precisou detalhar perante o juiz os fatos envolvendo cada uma das acusações.

    Interessados no conteúdo do depoimento, quatro jornalistas norte-americanos protocolaram pedido pela abertura da transcrição. O governo, no entanto, se opôs formalmente à divulgação.

    A tentativa dos investigadores federais em manter o documento privado sinaliza que nele há informações ainda não divulgadas sobre as investigações em andamento.

    O juiz Dearie concedeu pedido para divulgar os depoimentos do ex-integrante do comitê executivo da Fifa, Chuck Blazer, e de um dos filhos de Jack Warner ex-vice-presidente da entidade, Daryll, que também se declararam culpados.

    "Embora os procedimentos e registros judiciais sejam presumidamente abertos ao público, o direito ao acesso é 'qualificado' em algumas circunstâncias", afirmou o juiz em sua decisão.

    "O tribunal pode manter um documento em particular fechado baseado na conclusão de que mantê-lo privado é essencial. Nesse caso, o governo, o governo demonstrou interesse convincente em manter a transcrição selada".

    A ordem do juiz afirma que a decisão pode ser revista se as circunstâncias mudarem.

    BLAZER

    Em seu depoimento à Justiça americana, o norte-americano Chuck Blazer afirmou que houve pagamento de propinas nas escolhas das sedes da Copa do Mundo de 1998, na França, e de 2010, na África do Sul.

    Ele se declarou culpado das dez acusações atribuídas a ele, entre elas extorsão e lavagem de dinheiro, em novembro de 2013.

    Blazer foi o delator do esquema de corrupção que causou, no dia 27 de maio, o indiciamento de 14 pessoas por pagamento ou recebimento de propinas para a exploração comercial dos direitos de transmissão e de marketing de competições de futebol.

    O ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83, e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos pela polícia suíça, a pedido das autoridades dos Estados Unidos.

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