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    Justiça da Espanha vai julgar Neymar e Barça por acusação de fraude

    BERNARDO ITRI
    DE SÃO PAULO

    17/06/2015 09h44

    A Justiça da Espanha informou nesta quarta-feira (17) que abriu um processo para investigar a transferência do atacante Neymar para o Barcelona, ocorrida em 2013, a pedido do grupo de investidores DIS.

    O processo investiga por corrupção e fraude, além de Neymar, o seu pai, o Santos e dois de seus ex-presidentes (Luis Álvaro de Oliveira e Odilio Rodriguez Filho), o Barcelona e o seu atual presidente (Josep Bartomeu), bem como Sandro Rosell, ex-mandatário do clube espanhol, e a N&N, empresa da família de Neymar.

    Há no processo uma ação criminal e outra cível.

    Na ação criminal, se for julgado procedente, os envolvidos no processo, entre eles Neymar, podem ser condenados de três a oito anos de prisão. Na cível, a DIS cobra cerca de R$ 30 milhões sobre o negócio.

    "Não tenho nada contra o Neymar. Ele é um ídolo, mas a DIS tem seus direitos. Eles acharam que a gente estava blefando. Tentei várias vezes conversar para negociar com eles. E não consegui. Vamos ver se agora eles tentam resolver essa historia", disse Roberto Moreno, CEO da DIS.

    Dono de 40% dos direitos econômicos de Neymar antes de sua transferência para o Barcelona, o grupo de investidores alega que deixou de receber uma parte da quantia total da negociação.

    NOTIFICAÇÃO NO BRASIL

    Os investidores notificaram no dia 28 de março os clubes e seus cartolas envolvidos na negociação, além de Neymar e seus representantes, apontando operações que, segundo a DIS, contêm irregularidades.

    No documento, obtido pela Folha, o grupo cita que houve "simulação de contratos" e que a N&N, empresa da família de Neymar, é "sociedade de fachada".

    Reprodução
    Documento detalha o processo contra Neymar
    Documento detalha o processo contra Neymar

    A DIS entende que Santos, Barcelona e o jogador fecharam acordos que prejudicaram os investidores.

    Na notificação, o grupo DIS afirma que Neymar assinou contrato com o Barcelona em 2011 garantindo sua transferência para o clube. Por este acordo, Neymar tinha direito a € 40 milhões. O grupo se refere a este valor como "benefícios injustificados".

    Os investidores pleiteiam, portanto, 40% deste valor, ou seja, € 16 milhões.

    A DIS cita também que foram oferecidos outros "benefícios injustificados pelo Barcelona ao Santos".

    Refere-se a dois contratos firmados entre os dois clubes. O primeiro, no valor de € 7,9 milhões, no qual os catalães compraram o direito de preferência na compra de três jovens jogadores que estavam no time do litoral.

    Outro acordo citado se refere a um amistoso que poderia ser realizado entre os dois times, no Brasil. Mas, como o jogo não aconteceu, o Santos teria direito a receber € 4,5 milhões do Barcelona.

    Ao somar os dois valores, chegando a € 12,4 milhões, a DIS avalia que essa quantia diz respeito a 55% do Santos e, proporcionalmente, tem direito a mais € 9 milhões.

    Na notificação, a DIS dá prazo até dia 30 de abril para que a transação seja esclarecida e informa que vai cobrar judicialmente o que pleiteia.

    Os investidores se baseiam ainda em um outro documento, assinado entre Santos e Barcelona, em 2013.

    O acordo, ao qual a reportagem teve acesso, diz que os dois clubes se comprometem a dividir eventual pagamento extra a ser feito ao grupo DIS, oriundo de ação judicial.

    Trecho desse acordo diz: "Na hipótese de qualquer um dos clubes receber uma reivindicação da DIS, levará ao conhecimento da outra parte, a fim de esclarecer os passos a seguir".

    Editoria de Arte/Folhapress
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