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    Neymar é acusado de corrupção privada e estelionato na Espanha

    BERNARDO ITRI
    DO PAINEL FC

    18/06/2015 02h00

    A polêmica transação que levou Neymar do Santos ao Barcelona em 2013 atingiu o próprio jogador, principal estrela do futebol brasileiro.

    Neymar se tornou réu na Justiça espanhola. Ele é acusado pelo grupo DIS, que investiu em seus direitos econômicos, de corrupção privada e estelionato em razão de contratos simulados.

    O Juizado Central de Madrid aceitou nesta quarta-feira (17) a denúncia feita pela DIS, revelada pela Folha em 2 de abril deste ano, e abriu processo contra o camisa 10 da seleção brasileira e outros oito agentes da negociação.

    Também viraram réus no processo Neymar pai, dois ex-presidentes do Santos (Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro e Odílio Rodrigues) e o ex e o atual presidente do presidente do Barcelona, Sandro Rosell e Josep Bartomeu.

    Além deles, o Santos Futebol Clube, o Barcelona e a N&N Consultoria, empresa da família de Neymar, também são réus neste processo.

    A Justiça do país acatou as duas ações propostas pela DIS: penal e cível. Assim, os réus podem ser condenados a pagar uma indenização, mas também à prisão. As penas dos dois crimes apontados –corrupção privada e estelionato de contrato simulado– variam de seis meses a quatro anos de detenção. Somadas, podem chegar a oito anos de prisão.

    Editoria de arte/Folhapress

    A DIS pretende receber 25 milhões de euros (R$ 86 milhões), que teriam de ser pagos por Santos, Barcelona e por Neymar. A empresa entende que houve fraude na negociação que levou o jogador ao clube catalão.

    Segundo a denúncia, o crime de corrupção privada foi cometido em 2011, quando o Barcelona firmou contrato com Neymar garantindo sua transferência para o clube. Por este acordo, o jogador tinha direito a 40 milhões de euros (R$ 138 milhões).

    O outro crime, de estelionato de contratos simulados, ainda de acordo com a denúncia, estaria vinculado aos acordos extras fechados entre Santos, Barcelona e Neymar. A DIS alega que foi feito um contrato de 10 milhões de euros, pagos pelo Barcelona ao pai de Neymar.

    Os acordos em que o Santos recebeu 12,4 milhões de euros por direitos de preferência de atletas também são alvos da denúncia feita pelo grupo de investidores, que era dono de 40% dos direitos econômicos de Neymar antes de a negociação ser fechada.

    O valor total da negociação, segundo aponta a DIS, atingiu 94 milhões de euros (R$ 325 milhões).

    "Não há qualquer implicância pessoal do meu cliente [DIS] com o jogador. Existe um negócio de natureza civil, e meu cliente se viu prejudicado. Houve mais de uma notificação para tentar se chegar a acordo, houve tentativas de contatos para resolver o problema amigavelmente. Mas, sem o menor indício de que haveria negociações, não restou alternativa", afirma Paulo Magalhães Nasser, sócio do escritório Miguel Neto, que defende o grupo.

    Neymar, seu pai, os cartolas e os dois clubes, agora, devem ser chamados para depor na Justiça espanhola.

    Reprodução
    Documento detalha o processo contra Neymar
    Documento detalha o processo contra Neymar
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