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    Corrupção no futebol

    Para impedir extradição, Marin vai pedir prisão domiciliar nos EUA

    BERNARDO ITRI
    DO PAINEL FC

    03/07/2015 02h00

    Notificada de que o pedido de extradição para os Estados Unidos foi formalizado, a defesa do ex-presidente da CBF José Maria Marin vai agir em duas frentes para evitar que o cartola seja transferido para uma prisão em Nova York.

    Os advogados na Suíça vão entrar com recurso na Justiça pedindo que a extradição seja barrada. Em paralelo, os dois escritórios contratados nos EU vão negociar um acordo para que Marin pague multas e cumpra prisão domiciliar em seu apartamento em Nova York ou no Brasil.

    O governo dos EUA formalizou nesta quarta-feira (1º) o pedido de extradição do brasileiro e dos outros seis dirigentes presos na Suíça no último dia 27 de maio, durante um congresso da Fifa.

    As prisões foram feitas a pedido do Departamento de Justiça americano, que acusa os cartolas de integrarem um esquema de cobrança de propina em acordos de transmissão de torneios, como Copa América e Copa do Brasil.

    A Folha apurou que a estratégia de defesa na Suíça para evitar a extradição se sustenta em três argumentos.

    O primeiro é o de que as acusações do governo americano se baseiam no crime de conspiração, que não é previsto na legislação brasileira e está incluído apenas em parte no código penal suíço.

    Uma das condições para a Suiça aprovar a extradição é que o crime pelo qual a pessoa é acusada esteja previsto na legislação do país.

    Outro ponto defendido pelos advogados é a fragilidade das provas. Citam que no pedido de extradição não há revelações concretas de que o dirigente cometeu os crimes. Para a defesa, os argumentos são ilações com base em delações de outros cartolas.

    Por fim, será defendido que a idade de Marin –83 anos– não permite que ele fique preso na penitenciária de Nova York, no Brooklyn, bairro da cidade americana onde tramita o processo contra ele.

    O prazo que Marin e os outros seis cartolas têm para se manifestar é de 14 dias, prorrogáveis por mais 14. O dirigente também será chamado para depor –será a primeira vez que ele será ouvido pela Justiça sobre as acusações

    Caso a Justiça decida pela extradição, há mais duas instâncias às quais a defesa do cartola estuda apelar: a Corte Federal Criminal e, depois, a Suprema Corte do país.

    Ao mesmo tempo em que a defesa de Marin na Suíça vai apelar, os dois escritórios contratados nos EUA vão tentar um acordo com o governo americano a fim de evitar que ele fique preso no país.

    Esse acordo, como a Folha revelou na terça-feira (30), prevê que Marin pague uma multa e responda ao processo em prisão domiciliar.

    O trato será discutido com o procurador de Justiça do Brooklyn. Se o governo dos EUA acenar com simpatia –e dependendo do valor da multa–, a ideia é fazer o acordo.

    Neste caso, Marin poderá ficar em seu apartamento em Nova York, com trânsito delimitado dentro dos EUA.

    Os advogados do cartola projetam pedir até que ele responda ao processo em prisão domiciliar no Brasil.

    Para sua defesa no processo, Marin conta com quatro advogados –dois baseados na Suíça e dois nos EUA. O custo com os escritórios já chega a R$ 1,9 milhão.

    EUA QUEREM MARIN

    Do que Marin é acusado?

    Fraude, lavagem de dinheiro e conspiração envolvendo recebimento de propina em acordos para a transmissão de competições como a Copa América e Copa do Brasil

    Quem o acusa?

    O Departamento de Justiça americano, apoiado em investigações do FBI

    Quais são os próximos passos de Marin?

    Ele tem 14 dias, prorrogáveis por mais 14, para contestar o pedido de extradição na Justiça suíça. Se tiver sucesso, pode ser colocado em liberdade. Se fracassar, pode recorrer contra a decisão em mais duas instâncias de apelação. Se não tiver sucesso, ele será levado para os EUA, onde o processo tramita, na Corte de Nova York

    Os indiciados

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