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    Técnicos de futebol têm longevidade só no contrato

    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    11/07/2015 02h00

    Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação
    Marcelo Oliveira gesticula durante jogo entre Palmeiras e Avaí
    Marcelo Oliveira gesticula durante jogo entre Palmeiras e Avaí

    Apresentado nesta sexta (10), Dorival Júnior será o técnico do Santos até o fim de 2017. Marcelo Oliveira e Celso Roth comandarão Palmeiras e Vasco, respectivamente, até dezembro de 2016. E Juan Carlos Osorio ficará à frente do São Paulo por dois anos.

    Pelo menos, é o que dizem seus vínculos empregatícios.

    Ainda que o ditado "contratos existem para serem quebrados" seja famoso no mundo do futebol, esses acordos mostram um otimismo dos dirigentes pouco condizente com a história recente dos seus próprios clubes.
    Afinal, 11, entre eles os quatro citados, dos 20 times do Brasileiro já trocaram de técnico no campeonato. E foram jogadas só 12 rodadas.

    O último técnico do Santos, Marcelo Fernandes, por exemplo, durou apenas quatro meses no cargo. Mesmo assim, o presidente Modesto Roma Jr. aceitou a pressão feita por Dorival e lhe deu contrato de dois anos e meio.

    Desde o começo de 2013, ou seja nesse mesmo espaço de tempo, o time foi comandado por cinco técnicos diferentes: Muricy Ramalho, Claudinei Oliveira, Oswaldo de Oliveira e Enderson Moreira, além de Fernandes.

    "Essa possibilidade de ter um contrato um pouco maior também foi fundamental para mim", afirmou Dorival, durante sua apresentação.

    A situação santista não é incomum. De um ano e meio para cá (tempo de contrato de Roth), o Vasco foi dirigido por Adilson Batista, Joel Santana e Dorival. E o São Paulo, nos últimos dois anos (duração do vínculo de Osorio), teve Ney Franco, Paulo Autuori e Muricy como titulares do seu banco de reservas.

    Renata Lufti/Divulgação/SPFC
    O técnico Juan Carlos Osório durante entrevista coletiva
    O técnico Juan Carlos Osório durante entrevista coletiva

    Contratos longos têm chance maior de não serem cumpridos. E as quebras dos acordos pode ser bem caras.

    "Não existe nenhuma lei que fale que os salários precisam ser pagos até o fim do contrato. O que determina o valor a ser pago é a cláusula de rescisão dele", explicou o advogado Marcos Motta.

    E essas multas podem ser bem altas. A de Muricy no Santos era de aproximadamente R$ 4 milhões (o clube ainda deve parte do valor).

    Em um determinado momento, em 2010, o Palmeiras chegou a pagar quatro técnicos simultaneamente devido a quebras de vínculos: Vanderlei Luxemburgo, Antônio Carlos, Muricy e Luiz Felipe Scolari, que era o que trabalhava lá naquele momento.

    Para minimizar o risco de uma situação como essa se repetir, o clube alviverde estipula hoje como cláusula da rescisão o valor de somente um salário do treinador.

    Pelo histórico palmeirense, a medida era emergencial, já que no último um ano e meio (tempo de contrato de Marcelo Oliveira) foram quatro técnicos diferentes.

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