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    Cotia dá lucro para São Paulo, mas não salva as finanças do clube em 10 anos

    TIAGO RIBAS
    DE SÃO PAULO

    12/07/2015 02h00

    Yasuyoshi Chiba/AFP
    Lucas comemora gol pelo São Paulo na final da Copa Sul-Americana
    Lucas comemora gol pelo São Paulo na final da Copa Sul-Americana

    Principal projeto para revelar atletas no São Paulo, o centro de treinamento de Cotia faz dez anos na quinta (16) com arrecadação milionária, mas não suficiente para salvar as finanças do clube.

    Também não é referência quando se pensa em equipes vitoriosas criadas em casa.

    De lá saíram jogadores como o atacante Lucas, o meia Oscar e o volante Casemiro, que hoje se destacam no futebol europeu. Nomes que, no entanto, não são lembrados como grandes ídolos.

    Apesar de ter arrecadado quase R$ 200 milhões com a negociação dos principais jogadores revelados por lá, o clube não conseguiu formar uma geração vitoriosa, que desse títulos aos adultos.

    A única taça conquistada com a participação efetiva de mais de um jogador formado em Cotia foi a Copa Sul-Americana-12, quando o São Paulo tinha como titulares os volantes Wellington e Denilson e o atacante Lucas, além do volante Casemiro e do atacante Ademilson como reservas.

    Mesmo assim, para o ex-presidente são-paulino Juvenal Juvêncio, um dos idealizadores da construção do CT de Cotia, o investimento para colocar em pleno funcionamento o centro de treinamento valeu a pena.

    "Só com a venda do Lucas paguei o CT, e poderia ter pago dois", afirma o dirigente, citando a ida do atleta para o PSG por R$ 115 milhões, dos quais R$ 86,4 milhões ficaram com o São Paulo.

    "Um jogador barato hoje custa 5 milhões de euros, e não vai ser a solução de todos os problemas. O clube não tem esse dinheiro. Ele precisa da base. O São Paulo hoje tem uma base que vai garantir o seu futuro", afirmou.

    Editoria de arte/Folhapress

    HISTÓRIA

    Foi Juvenal que, ainda como vice de futebol do São Paulo, em 2004, apresentou ao então presidente Marcelo Portugal Gouvêa o terreno de 220 mil m² em Cotia que viria a abrigar o CT da base.

    "Imaginávamos fazer um centro de treinamento para os jovens a até 70 ou 80 km de São Paulo. Até que surge, em um sábado, o diretor social Paulo Henrique de Andrade dizendo 'tem uma área em Cotia fantástica, é a 21 km do portão do Morumbi'. Eu fui lá com ele e me apaixonei rapidamente", contou.

    O São Paulo teve de gastar cerca de R$ 2,2 milhões para adquirir a área. Menos de um ano depois, o CT era inaugurado, ainda que incompleto.

    Antes disso, os jovens treinavam em uma área alugada em Barueri e no CT de Guarapiranga do São Paulo.

    No total, o clube gastou cerca de R$ 50 milhões com as obras no local, dos quais em torno de R$ 14 milhões foram captados por meio de lei de incentivo ao esporte. Além disso, o São Paulo arrecadou cerca de R$ 7,6 milhões pela lei entre 2008 e 2011 para pagar a manutenção do CT.

    Segundo seu balanço financeiro, o São Paulo gasta cerca de R$ 27 milhões anuais com as categorias de base.

    "O custo é alto porque temos alimentação, parte escolar, departamento médico com mesma estrutura do profissional, manutenção etc.", disse o diretor de futebol amador do clube, José Alexandre Médicis da Silveira.

    Neste ano, o presidente Carlos Miguel Aidar estabeleceu como meta ter ao menos quatro jogadores da base promovidos e integrados ao time profissional. É uma forma de avaliar o trabalho em Cotia.

    "Não existe uma matemática para promovermos os garotos. A mídia publicou que seriam quatro. Nós já promovemos mais: Matheus Reis, João Paulo, Luiz Araújo, Bianco, Roni...", completou.

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