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    Parceiros desde criança, paraibanos do vôlei de praia buscam ouro no Pan

    MARCEL MERGUIZO
    ENVIADO ESPECIAL A TORONTO

    13/07/2015 02h00

    Alvinho era nerd; Vitor, descolado. Um sentava no fundo da sala de aula; outro, na frente, escondendo a timidez atrás dos óculos.

    Colegas desde a 5ª série, mas não da mesma classe do colégio Marista, em João Pessoa (PB), Álvaro Filho e Vitor Felipe não deixaram as diferenças separá-los.

    Hoje, aos 24 anos, são a dupla de vôlei de praia que representa o Brasil no Pan de Toronto. A estreia é nesta segunda-feira (12), às 13h (de Brasília) contra uma dupla de Aruba.

    Mas a parceria dos paraibanos começou muito antes, quando eles tinham 15 anos.

    Vitor, desde a infância, destacava-se até entre jogadores mais velhos no time de vôlei do colégio e procurava parceiro para jogar na praia.

    Impulsionado pela amizade entre seus pais, ele virou companheiro de Alvinho que, segundo o próprio Vitor, "jogava bem futsal, mas era muito ruim no vôlei".

    A melhora foi a mais rápida que já viu, diz. "Por causa do futsal ele tem as pernas grossas e salta muito até hoje", conta o jogador de 1,92 m sobre Alvinho, de 1,85 m.

    Desde então, eles jogaram seis anos juntos e conquistaram duas pratas no Mundial sub-21 (2009 e 2010) entre outros títulos nacionais. Ficaram três anos separados para ganhar experiência com outras duplas, mas reataram no fim do ano passado.

    Para disputar o Pan, abriram mão de duas importantes etapas do circuito mundial (no Japão e na Suíça), que valem pontos na corrida que classifica para a Rio-2016. Eles sabem desse ônus, e também do bônus.

    "Sabemos da importância do Pan para o Brasil, por isso queremos aproveitar essa oportunidade", diz Vitor.

    "Sabemos da pressão, somos a única dupla masculina do país no Pan. Por isso achamos que estar em Toronto vai ser bom para nossa carreira", emenda Alvinho.

    Ao lado de Ricardo (que voltou a fazer dupla com Emanuel), Alvinho foi medalhista de prata no último Mundial, em 2013. Ele e Vitor, aliás, foram parceiros de treino da dupla campeã olímpica em Atenas-2004 no início da carreira.

    "Ricardo e Emanuel são um espelho, um exemplo, e essa proximidade nos ajudou muito. O Brasil é muito grande no vôlei. Todos nos respeitam, e por isso nos cobramos mais", afirma Alvinho, hoje mais descontraído do que nos tempos de colégio.

    Agora, a próxima lição dos colegas paraibanos é conquistar o ouro no Pan, como fizeram os professores Ricardo e Emanuel no Rio-2007.

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    O vôlei de praia entrou no Pan em Winnipeg-1999, quando o Brasil ganhou uma prata e um bronze com as duplas masculinas. Em Santo Domingo-2003, mais uma prata com os homens. No Rio-2007 e em Guadalajara-2011, dois ouros: ambos com Emanuel; na primeira em dupla com Ricardo e, na segunda, com Alison.

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