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    Ouro no Pan e perto da Rio-16, Felipe conta com 'paitrocínio' para se manter

    PAULO ROBERTO CONDE
    ENVIADO ESPECIAL A TORONTO

    13/07/2015 02h00

    Felipe Wu, 23, conquistou neste domingo (12) a medalha de ouro na pistola de ar de 10 m com um desempenho digno de campeão mundial.

    A marca ao final da campanha que o levou ao topo do pódio, de 201.8 pontos, além de novo recorde dos Jogos Pan-Americanos, seria suficiente para conquistar o título mundial da prova em 2014.

    "Esse título mostra que há chance de eu ganhar medalha em Mundial. Eu preciso acreditar em mim, mais e mais a cada dia", afirmou Wu à Folha.

    Com o triunfo, ele está praticamente garantido na disputa da prova nos Jogos do Rio.

    O norte-americano ficou com a prata e o equatoriano Mario Delgado, com o bronze.

    Mais que opção, a crença em si virou necessidade. 

    Felipe passa por sacrifícios para dar continuidade à sua carreira no tiro esportivo.

    Sem patrocínio, ele conta com a ajuda direta do pai, Paulo, para se manter no esporte.

    "Ganho R$ 1.800 de Bolsa Atleta e pertenço ao Exército, que me ajuda financeiramente também. Mas isso não paga nada, nem a munição", disse o atirador, que foi medalha de prata nos Jogos Olímpicos da Juventude de Cingapura-2010.

    "Na verdade, eu nem tenho dinheiro para comprar equipamento para treinar todos os dias. Eu faço um malabarismo."

    O malabarismo passa por montar um stand de tiro no quintal de sua casa em São Paulo, para reduzir custos.

    E também por dirigir quatro vezes por mês para Curitiba, onde mora sua namorada e também atiradora Rosane Ewald. Lá, ele tem direito a utilizar as estruturas de um clube de campo para praticar.

    "Para economizar, eu vou de ônibus. O tiro é muito caro, e é difícil conseguir patrocínio no Brasil porque as pessoas não o veem muito bem", contou.

    Na medida do possível, ele e Rosane, que compete nesta segunda-feira (13) no rifle de 10 m, se apoiam para seguir.

    Apesar das agruras, Felipe saiu satisfeito com o ouro. "Conquistar uma medalha de ouro em um Pan é a realização de um sonho antigo. É bom voltar a aparecer", afirmou.

    Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

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